Ê, ê, fumacê
Há alguns anos, um colega de redação apareceu com seu C3 vermelho-bombeiro com a lateral riscada. Perguntei o que houve e ele me contou que os pilares da garagem do seu prédio são móveis. Sim claro, como é que não pensei nisso? De algum tempo para cá, os pilares deram para beber.
Naqueles tempos, como dizia Jesus, uma das piores ofensas era ser chamado de bêbado por palavras ou gestos quando de alguma desavença no trânsito. Hoje é quase um elogio. Também chamar algum desafeto de “maconheiro” era pedir um duelo. Fumar maconha era para marginais da pior espécie, coisa de chinelagem.
Pelo que meu olfato me informa, embora sem essa expressão, ser usuário da cannabis é um esporte nacional envolto em fumacê. O brega virou chique.