Saudades do café

13 maio • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Saudades do café

1589321096207_1589321084282_20200511_094446Para quem costumava ingerir um litro de café por dia, esses difíceis tempos de isolamento são piores que tortura medieval. Quer dizer, quase. Não me sentiria bem sendo esquartejado, torrado ou afogado. Mas é duro viver sem o expreso nosso de cada dia. Um dos meus templos é a Cafeteria À Brasileira, na rua Uruguai. Um dia ainda voltarei lá para levar um lero com dona Ana Paula e, de quebra, saborear uma fatia da torta Marta Rocha.

BAILEI NA CURVA

Durante todo esse tempo, a primeira coisa que os jornais e telejornais mostravam era a curva da evolução dos casos do covid-19. De alguns dias para cá, tem que fazer força para achar a tal curva. Como estava achatando, vai ver achatou tanto que sumiu. Ela só deve voltar quando subir de novo.
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TIRO AO ALVO

Screenshot_20200512_192031_com.android.chromeO Capitão está ganhando a corrida das manchetes. O vírus já faz parte da paisagem. Até acho que parte das matérias poderia ser substituída pelo mundialmente famoso quadro O Grito, de Edward  Munch. O vírus já tera se amansado, mas o presidente ainda será caçado. De preferência, cassado.

SÍNDROME DO PEIXE

Uma das tantas características inexplicáveis em Bolsonaro é como ele falava pelos cotovelos sobre assuntos internos que fatalmente vazariam mais adiante. Pior, assuntos comprometedores. Como cuspir para cima. Pior ainda, em tempos de tudo gravado, áudio e vídeo. Ele foi militar e, depois, deputado por tanto tempo que não podia abrir a guarda, em pleno Século do Grampo. Ou é déficit de atenção, ou é de propósito.

SOBRENATURAL

Atribui-se ao poeta Mário Quintana a frase “tudo é natural, inclusive o sobrenatural” . Vivo fosse, o poeta gaúcho acrescentaria à frase “menos Jair Bolsonaro”. Esse desafia a ciência.

NÃO MATEM…

…o mensageiro, por favor. Se o isolamento continuar, mais cedo ou mais tarde, o povaréu amador e profissional vai às ruas procurar comida e até dinheiro na marra. No popular, saques. Ninguém vive com 600 míseros reais por mês. Com geladeira cheia, é facil encher a boca e gritar “isolamento for ever”.

PRIMEIRO PLANO

Tenho um amigo cuja empresa faturou  R$ 1 milhão por mês, em janeiro e fevereiro. Ano passado lutou para se equilbrar, então de novembro em diante começou a melhorar. Em março, já com o bafo na nuca do coronavírus nas últimas duas semanas, o caixa caiu para R$ 700 mil. Em abril, afundou para  R$ 300 mil. Maio ele não sabe como será. Em um mês e meio ja perdeu um milhão, dinheiro que jamais voltará.

PLANO GERAL

É um bom retrato do mercado. Deve ser assim para pior para as empresas. Por mais que a situação se normalize, sabe-se lá quando, o dinheiro que não entrou sumiu para sempre. Significa o óbvio, perda de renda em um país onde a renda sempre foi baixa. De tempo de marcapasso, agora vamos de marcha-ré.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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