Santos nossos de cada dia

10 fev • NotasNenhum comentário em Santos nossos de cada dia

Por que os santos da Igreja Católica são pessoas que foram martirizadas, tiveram vida exemplar e fizeram pelo menos um milagre? Como sabemos se alguns milagres relacionados à saúde não foram remissões? Algo que a medicina não sabe explicar, mas que acontece. Como cânceres que desaparecem de uma hora para outra, sem deixar vestígios, mas que não são tão incomuns assim?

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E olha que boa parte deles e delas são da Idade Média e até antes, milagres descritos pela tradição oral nem sempre confiáveis.

No listão dos santos temos São Frumêncio, São Nicéforo e até São Prosdócimo, que virou marcas de refrigerador. E não era nenhuma Brastemp mesmo no tempo em que Brastemp era Brastemp.

Santos de verdade

O que eu proponho é que artistas de todos os que encantaram e ainda encantam bilhões não sejam santificados. Na música popular, eu gostaria de ver São Frank Sinatra, São Louis Armstrong, São Cartola, São Adoniran Barbosa,  São Bach, São Beethoven, São  Mozart, Santa Elizeth Cardoso, e o meu preferido, São Noel Rosa, para ficar só nestes.

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Ah não fizeram milagres! Como que não?

Suas canções e melodias alegraram fãs, deram alegria e beleza para quem estava sofrendo, suavizaram efeitos depressivos e – por que não? – causaram a remissão de doenças graves.

O detalhe é que desses e tantos outros artistas não se ouviu falar, ouviram-se as suas obras. Nada como “não sei quanto, não sei que produto subiu e não sei onde”.

Estes têm a prova provada, cantadas por eles ou outros e registrados por bolachões, DVDs, long plays e vídeos. Esses não são de ouvir falar, não precisam de atestado de vida e obra.

E seguem apaixonantes. Noel Rosa pode ser tocado todo dia. Os Demônios da Garoa eternizaram Adoniran, ou seu nome verdadeiro, João Rubinato.

Os nossos e os vossos

Da mesma forma, gostaria de ver bons escritores no altar dos santos. A lista é enorme e também encantaram bilhões, alguns até hoje.

Quem não leu a Ilha do Tesouro, de Robert Louis Stevenson, quem não se deliciou com Edgar Rice Burroughs e seu Tarzan, o nosso querido e amado Machado de Assis. Só o Brasil teria pelo menos uma centena deles. 

Então está na hora de incrementar essa lista. Milagres todos eles fizeram.
Se é para  santificar um popular, voto no São Cara que Vive de Salário Mínimo. Este sim faz milagres. De sobrevivência.

Denominador comum

Entre casais que moram em bairros afastados é comum ela chamar o marido de Nego e ele chamá-la de Gorda.

Ditados revisitados

Filho de peixe será pescado como o pai.


Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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