Salsichão
Alguém aqui no jornal comentou uma pesquisa comparando os preços dos diversos cortes de carne para churrasco e outro falou algo sobre salsichão. Só que a palavra ficou reboando na minha cabeça, ricochetou nas esquinas do meu cérebro e parou num beco sem saída da minha memória.
Fiat lux: eu já fiz um comercial de TV sobre sasil…slasi…sal-si-chão – desculpem, deu um ataque de lulite. Já passou. Dá para acreditar?
Pior foi o motivo. Acreditem rapeizes e gerls, no final dos anos 70 o Ministério da Agricultura proibiu o uso da palavra “salsichão” nas embalagens e na propaganda deste acepipe.
Quando me passaram o roteiro da peça criada para o Frigorífico Costi quase caí duro. Algum burocrata encanzinou com o termo e fizeram uma portaria proibindo expressamente o uso.
Em seu lugar tinhas que usar “linguiça camponesa”. Como o produto do Costi vendia pacas, o jeito foi fazer um comercial, eu solito, dizendo como era boa a linguiça camponesa do cliente, repetia o nome algumas vezes para, no final, piscar um olho para as câmera e dizer bem baixinho “Mas podem me chamar por salsichão”.
Quem diria, eu fazendo comercial de slachi…schlachi…desculpa, é SALSICHÃO.
Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.
