Nome de uma loja de vestuário nas imediações da Rodoviária de Porto Alegre: Lisa vestes, a moda que um cristão veste. Não por coincidência, nas proximidades de templo da Universal. As mulheres costumam usar vestidos até os tornozelos e cores sóbrias. É um bom mercado.

As formas de Deus

“Faz muita diferença se pensamos em Deus como uma pessoa ou como uma força. De uma forma, você tem o Cristianismo, de outra você tem a Guerra nas Estrelas.”

Quem assim falou foi Jayne Kulikauskas, de que desconheço outras definições como esta frase que vi há oito anos e ela nunca saiu da minha cabeça. Resume um pouco a ópera natalina. Todo o ritual que envolve o Natal pode ser melhor entendido se for dessacralizado. Tem uma vantagem extra de poder ser analisado sob o prisma da história. Os freis anos existiram, vindos de reinos longínquos.

Se usarmos um pouco de humor cínico, certamente que entre os presentes deles ao menino o que mais fazia sentido foi o ouro. Incenso e mirra se usa em missas, que não era o caso porque ela ainda não tinha sido inventada.

No fundo, a história repassada por via oral ou reescrita várias vezes tem pouco do original verdadeiro, se é que existiu. Quem conta um conto aumenta um ponto, diz o adágio. Na aceita dos acontecimentos vão surgindo adições, o que vale para outros eventos históricos que imaginamos verdadeiros.

Tempo reflexivo

Não passa Natal ou Ano Novo sem que apareça a expressão “é tempo de reflexão”. Do ponto de vista mundano, a reflexão é se vamos para a Praia ou para a Serra.

Dia do trabalho

Do ponto de vista prático, o dia 25 de dezembro é dia de pensar no que comer. Quem come de fora passa um trabalhão tentando achar algo aberto ou tele-entrega.

Medalha a Côrtes

O advogado, radialista e  escritor negro Antônio Carlos Côrtes recebeu do Governo do Estado a Medalha Simões Lopes Neto por serviços dedicados à cultura ao longo dos anos, em especial por seus estudos sobre o Carnaval.

Loucura americana

Escrito há mais de 500 anos, o livro Elogio da Loucura, do ensaísta Erasmo de Roterdam, tem uma parte em que se lê que as pessoas usam expressões em grego ou latim para que pareçam cultas. A anotação de um leitor vem ao caso sobre o emprego massivo do inglês, mania comentada na página.

Evidentemente que há expressões que precisam ser usadas na língua de origem, inglês no caso, mas usá-las sem necessidade remete a Erasmo ou é puro modismo sem nenhuma criatividade em português. Inglês é fashion, português é para os outros, os que não moram no Olimpo.

Nas nuvens