Poeiras ao vento

28 out • NotasNenhum comentário em Poeiras ao vento

Eleição pode ser importante para o ano em que se realiza, assim como a feita de dois em dois ou de quatro em quatro anos, o que parece óbvio, certo? Mas você diria o mesmo para um período de 40, 50 ou 100 anos?

Sempre achamos que elas são, mas nas brumas, do tempo serão mero detalhe. Nações percorrem uma linha de tempo que, aos poucos, vai se desfazendo no ar, assim como a fumaça de fogo de artifício.

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Confesso que, depois de uma certa idade, você vê a inutilidade de certas certezas, tipo “Mas como eu podia achar isso interessante quando tinha 20 anos?”.

A História é um conto cheio de som e fúria, contada por um idiota significando nada. A frase, uma das mais impressionantes que li na minha vida, é do William Shakespeare.

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É a isso que me refiro. Então, como disse um dos fundadores do Partido Socialista Brasileiro (PSB), o banqueiro carioca João Mangabeira no coquetel de inauguração, a história mostra que o socialismo virá quer queiramos ou não. Então, vamos aproveitar os comes e bebes.

Faz sentido

O que resta saber é como não se aborrecer com picuinhas e detalhes na vida, o dia a dia. E uma dessas chateações que leva a resultados falsos são essas pesquisas de produtos e serviços enjaulados no sim ou não em questionários ou por telefone.

Como rasgar dinheiro

Quem contrata esses “pesquisadores” ou quem elabora esses bretes está jogando dinheiro fora ou obtém resultados falsos. É branco ou preto, não tem cinza nem degradê. E aí mora o perigo.

E vou dar um exemplo. Um banco ligou para reavaliar o meu perfil de investidor, coisa que não sou. Vivo do meu salário e o pouco que tinha se desmanchou durante a pandemia.

Então vamos lá, eu falei. O dinheiro que você tem na conta corrente aplicado no curto prazo, vai precisar dele em quanto tempo?

Como diabos vou saber? Pergunta seguinte: prefere investir as sobras em investimentos sem ou com baixo risco ou está disposto a correr risco para ganhar mais?

Nunquinha, foi meu berreiro. Já tenho um miserê vou arriscar perder até a merreca que ainda tenho?

Seguiram-se outras perguntas no mesmo tom. Ao final, a gentil moça me disse que, pelas minhas respostas, meu perfil de investidor é “arrojado”.

Moça, eu falei, sou justamente o contrário, sou conservador. Às vezes em que fui arrojado me estrepei. Então como é que esse seu algoritmo diz que gosto de correr riscos para ganhar mais?

Torre de Babel, o retorno

A loucura é geral. Mas louco que questionário “sim e não” é a visão distorcida da maior parte da mídia sobre em quem o eleitor deve votar para reger os destinos do país. Neste afã, deixam a verdade de lado ou iluminam mais uma informação que outra. Em resumo, estão contando a história como ela não é. Sai dessa, Willy querido.

A teoria do meio frango

Bem a propósito dessas loucuras cadastrais e estatísticas tão a gosto do brasileiro. O jornalista italiano Dino Segri, o Pitrigilli, criou, no século passado, uma explicação maravilhosa sobre o tema: “A Estatística é a ciência que diz que se eu comi um frango e tu não comeste nenhum, teremos comido, em média, meio frango cada um”.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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