Pobre pinto

27 set • NotasNenhum comentário em Pobre pinto

Não só trabalho escravo, como escravo infantil. Os quindins da foto têm um diâmetro minúsculo. Se não fosse contrário às leis da natureza, quem os botou poderia ser um pinto.

O mercado de lanches começou a encolher de alguns anos para cá. Encolhe no sentido de “salgadinhos” e docinhos cada vez menores.

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Temos minicroquetes, minispasteizinhos, kibezinhos, minipizzas e assim por diante. Só que o preço não encolheu na mesma proporção. Cultura brasileira de reduzir o produto ao máximo com preço estável e até maior do que antes dessa miniaturização.

Tenho certeza que o pioneiro que teve essa ideia deve ter visto o filme ‘Querida, encolhi as crianças”. Contagiou até os bufês e restaurantes. Quanto menor, melhor para o bolso do dono.

Encolhedores de salários

Assim como tivemos a revolução industrial, a verde, a digital e outras, assistimos à revolução do encolhimento. E é altamente contagiosa. Pois encolhe até o cérebro, como se pode observar em quase todas as camadas sociais. Inclusive nos universitários, profissionais liberais formados – a Geração R, de redução – redução da moral, da vergonha na cara e até redução da visão.

https://cnabrasil.org.br/senar

Mesmo que a sinaleira esteja passando para o vermelho, motoristas de ônibus e particulares continuam acelerando, pois são incapazes de enxergar 50 metros adiante. Talvez o efeito mais interessante, embora amargo, seja a redução dos salários e aumento da carga de trabalho com a  pandemia. Trabalhar de casa ou em casa significa “Queridos, encolhi meu lazer”.

Encolhedores de sessão

Uma das desculpas desses encolhedores de salário é que preferem manter empregos mesmo à custa da redução dos ganhos mensais. É uma tese interessante, não fosse a volta da economia pré-pandemia em quase todos os casos e ramos da atividade humana.

Acredito que os precursores da Idade do Encolhimento tenha sido os psiquiatras e correlatos. Uma sessão durava 50 minutos e, há um bocado de tempo, foi reduzida para 45 minutos. Mesmo quando era de 50 minutos, dei tratos à bola para descobrir porque 50 e não uma hora redonda, 60 minutos.

A melhor explicação que encontrei para saciar a curiosidade do meu cérebro foi que esses 10 minutos eram hora do lanche dos que praticam essa pajelança. Talvez porque a Justiça do Trabalho tenha sugerido  diminuição de mais 5 minutos.

Ou foi como nos filmes na televisão, 10 minutos para os comerciais, ou foi algum abaixo-assinado dos neurônios. Sei lá.

Encolhedores de QI

É curiosa a história da evolução da Humanidade. O que chamamos de QI de um general romano da Roma antiga, equivalia a de um adolescente de 12 anos de hoje, segundo  estudos científicos.

Outrossim, também aumentou a T.E, taxa de esperteza. General romano queria ser apenas general e ganhar a guerra. Os de hoje, querem ser ministros e candidatos a presidente ou vice.

Talvez uma embaixada no assim chamado nos anos 1970 circuito Elizabeth Arden, Washington, Paris, Londres. Não me venham com Maputo, Lagos na Nigéria ou outra capital eternamente em guerra civil…

Moscou jamais! Vá que o Putin aperte o botão vermelho, e consequentemente Joe Biden responda apertando o dele.

A luta continua

Para não dizer que tentei encolher o mês para caber no meu salário. Fiz de tudo, mas só consegui um fevereiro de 28 dias, com viés de 29.

Fiz um “a pedido” ao deus do tempo grego Cronos, mas sua santidade nem deu bola. Depois de muito insistir, a assessoria de imprensa respondeu de forma lacônica: o tempo é o senhor da razão.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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