Pau para toda obra

19 jul • NotasNenhum comentário em Pau para toda obra

De certa forma, é engraçado como empresas e instituições usam e abusam dos seus membros. Não me refiro ao propriamente dito, que ninguém ousa escrever em jornal apesar de até filhote de anta saber que pau não precisa ser de madeira.

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Suruba em novela pode, falar “pau” não pode. Em consultórios médicos e hospitais ninguém pergunta sobre o pau, sempre é membro. O senhor sente alguma dor no membro? Membros que não são membros são eleitos, promovidos ou demitidos desde que fora da pudicícia que impede que a boca ou o texto falem do pau-membro.

Olha, seu Galileu…

Como diria Galileu Galilei, eppur se move, no entanto se move. Te peguei, hein? Pensaste no pau que não é o pau da bandeira. Para os púdicos, sugiro usar pau da bandeira para membro da bandeira.

Os opostos se atraem

Amiga que não vejo há mais de 10 anos deu sinal de vida. Com todas suas funções vitais preservadas, ela me diz que está morando na cidade mineira de Rio Acima. Respondi dizendo que deveria existir a cidade Rio Abaixo. Afinal, um não existe um sem o outro.

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No Rio Grande do Sul, temos o simpático município Travesseiro, então poderia existir outro chamado Fronha. Também conheço Coqueiro Baixo, então deveria ter Coqueiro Alto para fechar a conta. Sem ofensa.

Outro nome curioso é Lagoa dos Três Cantos. Onde fica o quarto? Sem ofensa, de novo.

Meu Brasil brasileiro

Verdade é que me amarro em nome de cidade/município. No Maranhão temos Zé Doca, Tuntum e até Nova Iorque; no Rio Grande do Norte, Pau dos Ferros e a maravilhosa Passa-e-Fica. Que nome bonito! Na Bahia, Iuiú, outra beleza. Puxando brasa para o meu assado, aqui temos a bela Não-Me-Toque e uma que acho o máximo, Dom Pedrito.

E Brasília? Brasília é a mulher do Brasil, essa despudorada. Topa tudo por dinheiro.

La Revolución piorra

Um dos principais mitos fundadores da modernidade é a revolução. Sua origem advém do latim revolutio, que significa, basicamente, o ato de dar voltas. A definição é do professor Victor Missiato, da Universidade Presbiteriana Mackenzie. No caso das revoluções da  América Latina, conviria acrescentar “dar voltas sem chegar a lugar nenhum”, como uma piorra.

No balanço dos milhões

Cherchez l’argent, procure o dinheiro, dizem os franceses. O dinheiro é assexuado, mas apaixona homens e mulheres, disse o antropologista italiano Paolo Mantegazas. Todo homem tem seu preço, dizemos nós. Um pedacinho de centenas de milhões de dólares em vacinas faz balançar até os que se julgam incorruptíveis.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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