• Isolamento

    Publicado por: • 17 abr • Publicado em: A Vida como ela foi

    Hoje com viés de “vida como ela é”, como dizem os economistas e os jornalistas. Até estou com viés de isolamento com viés de saco cheio. Curtam o causo:

    – Faar co macara é diíil, Maio.

    –  Dá uma afrouxada nela que melhora, Carlos.

    Carlos Drummond de Andrade aceita a sugestão de Mário Quintana.

    – Ufa! É verdade, melhorou muito. Mas precisas falar mais alto, sou meio surdo. Podicrê!

    – Mas o que é isso, Carlos! Estás a assassinar a última flor do Lácio, inculta e bela.

    – É que lá nas Minas Gerais ouvi uma conversa com cabeludos em que eles falavam assim o “podes crer”.

    – Mudando de assunto. Apresentas alguns sintomas do coronavírus?

    – Nenhum até agora. Mas ninguém veio fazer o teste rápido comigo, Mário.

    –  Nem comigo. Estamos entre os subnotificados, me parece.

    –  Somos imunes a esse atrevido micro-organismo. Vírus não dura muito em estátua. E vacina não pega em nós. Intravenosa nem pensar. Não tenho veias.

    – De fato. Mas estou mais preocupado com as pombas. Elas gostam de pousar na minha cabeça.

    – É a vantagem de ser baixinho é mais alta que a minha. Bom, vou partir para um silêncio obsequioso. Até.

    – Até. Cuidado com o sereno.

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  • Diário da peste

    Publicado por: • 17 abr • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    PELA primeira vez alguém traduzindo discurso em linguagem Libra foi mais eloquente do que os traduzidos. Foi o caso do pronunciamento do presidente Bolsonaro e do novo ministro da Saúde, Nelson Teich.

    VANTAGEM do isolamento é tirar férias para quem não consegue gozá-las. É meu caso. Há 24 anos não as tiro. Estas são forçadas, assim como foram os 30 dias em que convalesci de uma cirurgia, há dois anos. Mas vou confessar uma coisa:  não consigo me ver 30 dias sem trabalhar. Isso dito, vamos ao isolamento.

    banrisul parceira

    NUNCA assisti a tanto filme e documentário. Vi até filme paraguaio, vejam só. Filme americano dá para identificar só pelo áudio. A cada duas frases, aparece pelo menos uma vez fuck you ou motherfucker. Não deixa de ser uma forma de fazer sexo oral. Nem que seja às custas da mãe.

    AMERICANO é engraçado nessas coisas de sexo e anatomia. Atá meados dos anos 1990, nenhum filme podia mostrar seios em exibição nos Estados Unidos, a não ser que fossem manipulados por um médico. Mudou com a enxurrada de filmes pornô na TV paga. Mesmo assim, a pudicícia calvinista ainda mostra sua força.

    VI um episódio desses de cirurgias plásticas reparativas em  mulheres no qual uma soldada americana (ai, abri o flanco para a presidenta) fez operação bem sucedida nos enormes seios. A imagem mostrava os dois irmãos, ou irmãs, mas os mamilos estavam cuidadosamente camuflados.

    CHEGUEI à conclusão que a última fronteira da revolução sexual, iniciada com a pílula anticoncepcional, a minissaia e Woodstock, sāo os mamilos. Quando essa fronteira for ultrapassada, iniciaremos o ciclo da volta ao puritanismo vitoriano e seus  vestidos longos e robustos, cujo efeito mais opressivo era não permitir jamais que as pernas das mulheres sentissem a luz do sol.

    A VIAGEM de retorno terminaria em Adão e Eva. Até que uma certa cobra rastejasse com uma maçã na boca, levando-a até Eva e depois…

    PENSAMENTO DO DIAS

    Sou a favor do adultério. Não sou  casado.

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  • O Brasil que funciona

    Publicado por: • 17 abr • Publicado em: O Brasil que funciona

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  • O homem cria a ferramenta. A ferramenta recria o homem.

    • Marshall McLuhan •

  • Minha segunda namorada

    Publicado por: • 16 abr • Publicado em: A Vida como ela foi

    Eu já era mais taludinho. Não tinha 8 anos, como contei ontem sobre meu primeiro amor. Já estava quatro anos mais velho. Ao contrário do meu primeiro, nunca estivemos a menos de, pelo menos, cinco metros. Mas meu olhar se fixou e se encantou com aquele rostinho maravilhoso com malares acentuados. Ainda me amarro com molares um pouco mais salientes. Deve ser meu sangue celta. Até hoje sua imagem me acompanha, como se ela Mona Lisa fosse.

    Foi em um verão em Tramandaí. Meu pai alugou uma cabana no Hotel Gaúcho, e a família dela estava em outra. Ela ia para a janela, eu me postava na minha, e então foi a primeira fez que aconteceu um namoro EAD.

    Infelizmente não teve final feliz. Eu era tímido, ela também. Então, quando terminou o veraneio, éramos duas almas infelizes e chorosas pelo tórrido caso de amor que nunca tivemos.

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