• …eu vou

    Publicado por: • 5 set • Publicado em: Notas

     Então vou para onde, o lugar que na época não existia, mas foi criado depois do enorme sucesso de uma música de Dorival Caymi, de 1950, que dá o nome destas notas. Na letra, quem acompanhava o cantor era uma mulher chamada Nádia. Confira no https://www.youtube.com/watch?v=XT4XUqsNuuI

    Publicado por: Nenhum comentário em …eu vou

  • Não vale, mas vale

    Publicado por: • 5 set • Publicado em: Notas

     O procurador-geral da República ameaça invalidar a delação premiada dos manos Batista, mas sem desconsiderar os fatos e denúncias nela contidos. Não sei como se pode fazer isso no ramo da lógica. Anula mas não anula, é isso? Desenha-se – a se confirmar a invalidação – uma senhora batalha jurídica no STF. Se pode, bom, então não entendo mais nada.

    Publicado por: Nenhum comentário em Não vale, mas vale

  • Convite à anorexia

    Publicado por: • 4 set • Publicado em: Caso do Dia

     Quando a comida chinesa começou a conquistar o público, lembro que se falava muito num provérbio que rezava “se gostas de comida chinesa, não entre na cozinha do restaurante”. Achava aquilo injustiça, porque o “chinesa” estava sobrando. Qualquer cozinha sempre tem seus pecadilhos. Tanto que surgiu o movimento “Visite nossa cozinha”, obrigando a colocar vidros na porta que a separa da casa.

     Alguém aí visita cozinha do restaurante? No máximo, olha por aquela janela de vidro sem olhos de olhar, vendo os cozinheiros e ajudantes fazendo seu trabalho. E se entrasse também não notaria nada de anormal. A lei seria boa se pudéssemos ir ANTES, durante o preparo e manuseio dos ingredientes, verificar se as geladeiras estavam limpas e realmente gelavam, e DEPOIS da casa fechar para observar a limpeza de panelas e talheres, mas, principalmente, ver o que fazem dos restos e como reaproveitam ou não ingredientes não utilizados.

     A salvação de todos os restaurantes, bistrôs e bares, é um antigo provérbio: o que os olhos não veem, o coração não sente. Então não fica olhando muito, senão você vira anoréxico.

    Imagem: Freepik

    Publicado por: Nenhum comentário em Convite à anorexia

  • Os inspetores da Brahma

    Publicado por: • 4 set • Publicado em: A Vida como ela foi

     No temo em que a Brahma e a Antárctica dominavam o mercado de bebidas e refrigerantes, com exceção de alguns nichos de cervejarias regionais, o que hoje chamamos de marketing era algo mais intuitivo do que uma ciência. Ele recém engatinhava, a propaganda era o grande guarda-chuva que abrangia Relações Públicas e promoções. No Interior gaúcho, a Brahma levava vantagem, porque surgiu anos-luz antes da cervejaria paulista. Mas a empresa paulista incomodava a rival com sua cerveja Faixa Azul.

     Não sei se antes, mas, nos anos 1960, as cidades do interior gaúcho recebiam de vez em quando um funcionário da Brahma que se apresentava como “inspetor”. O trabalho desses caras era fiscalizar os representantes regionais e seus depósitos, estoques, comercialização boa ou má, essas coisas.

     Basicamente, um inspetor pagava cerveja para todo mundo. Eles procuravam um polo de concentração de pessoas influentes, como os clubes sociais, na época muito fortes com seus bailes e outras promoções. Ganhava licença de sobrevoo da diretoria e faziam amigos, influenciavam pessoas – hoje formadores de opinião. Eram simpáticos e bons de papo.

     Pelo menos na cidades que conheci, a Antárctica fazia algo parecido, mas era mais agressiva no patrocínio de grandes festas ou eventos como jogos de futebol. Então pagavam faixas, cartazes, decorações, tudo sempre vendendo o carro chefe, que era a Faixa Azul. O nome era sonoro, pegava bem. Em compensação, ninguém sabia a origem do nome Brahma, que remete a uma divindade indiana.

     Interessante como nós éramos ingênuos, como o mundo era ingênuo. Uma pegadinha que se fazia muito em casas de família era colar os rótulos das cervejas no teto. Isso feito, saíamos da sala ou da casa. Quando alguém da família entrava se perguntava como é que um rótulo de cerveja estava firmemente colado no teto. É mais difícil explicar do que fazer a mágica.

     Consistia em molhar bem a garrafa até encharcar o rótulo para permitir sua retirada. O verso tinha uma boa dose de cola. O segredo era abrir um lenço na palma da mão, colocar nele o rótulo com a parte da cola para o lado de cima e impulsionar tudo com alguma violência no teto. O lado da cola grudava e o lenço caía.

     Era o crime perfeito.

    Publicado por: Nenhum comentário em Os inspetores da Brahma

  • Não podemos prever o futuro, mas podemos criá-lo.

    • Peter Drucker •