• Previsão baiana

    Publicado por: • 6 fev • Publicado em: Caso do Dia

    – É provável que sim, é provável que não.

    Foi essa a expressão que minha mulher e filha ouviram de um empregado de hotel em Porto Seguro ante a pergunta da possibilidade de chuva à tarde. Em um primeiro momento, achei engraçada a forma de escapulir da cobrança caso chovesse, mas depois cheguei à conclusão que essa era a melhor frase para se dizer em coisas meteorológicas. Erro por erro, prefiro o erro baiano. Explico.

    Nossos previsores costumam dizer que há forte, média ou pouca possibilidade de chuva, mas nunca cravam 100% na previsão. Sem falar que acrescentam mais uma possibilidade da previsão falhar, os tais modelos matemáticos. Tem o europeu e o americano e não sei quantos mais, sem falar que a frente mudou de rumo e se deslocou para o oceano.

    Ou seja, talvez sim, talvez não, mas depende e antes bem pelo contrário. Já os baianos são mais diretos. Prefiro-os em vez dos dúbios, salvo as exceções de sempre.

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  • Meu passado de segurança

    Publicado por: • 6 fev • Publicado em: A Vida como ela foi

     Quando ouvirem a expressão “no tempo em que se amarrava cachorro com linguiça”, acreditem. É usada para mostrar como, em décadas anteriores, a avida era mais simples e a criminalidade baixíssima. Pois durante uma tarde eu fui transportador de valores – e armado – e carreguei em uma pasta comum o que hoje seria R$ 1 milhão ou até mais. Deu-se em meados dos anos 1960, quando era funcionário comum do Banco da Província, hoje Santander, rua Uruguai com 7 de Setembro, recém chegado do interior.

     No terceiro andar, eu trabalhava na seção “arrancada”, assim chamada porque nós tirávamos os grampos das duplicatas. Em um espaço, ficavam os chamados procuradores, funcionários mais graduados que, como o nome indica, podiam representar o banco em operações em cartórios, levar documentos e contratos sigilosos para empresas e até levar dinheiro para as agências do Interior que estavam com o caixa baixo. Em viagens longas iam de carro, nas mais curtas, de ônibus mesmo. E sempre em duplas.

     Certo dia, na primeira hora da tarde, fui chamado para a sala do chefe dos caras. Deu-se que um deles tinha que levar com urgência uma quantia grandinha de dinheiro para a filial Osório. Como não havia outro procurador disponível perguntaram se eu não topava essa. Claro que sim, só arejar a cabeça naquela monotonia já valia a pena. E ganharia dinheiro para a refeição e uma diária. Dava para comer um bife de verdade com DOIS ovos na pensão da dona Eda, na rua Riachuelo.

     Deram-me um .38 carregado, um porte de arma (ao portador, imagina) que coloquei no cós das calças; cada um de nós – o nome do outro era Homero – carregou uma pasta inchada de cédulas de cruzeiro, moeda da época. Fomos sem nenhum problema e de ônibus PINGA-PINGA, imagina, porque não havia direto. Fiquei pensando o que aconteceria se alguém soubesse que carregávamos aquela dinheirama toda. Provavelmente, nada.  Sim, se amarrava cachorro com linguiça. E agora posso acrescentar uma nova profissão por poucas horas que fosse das tantas que já tive.

     Sim senhores, naquele tempo se amarrava cachorro com linguiça.

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  • Velhice é quando sabemos todas as respostas e ninguém nos pergunta nada.

    • Sabedoria popular •

  • O pingo é doce…

    Publicado por: • 6 fev • Publicado em: Notas

     O Jornal do Comércio publicou, na segunda-feira, uma matéria sobre uma variedade de melancia conhecida aqui como Pingo Doce. Foi desenvolvida pela Bayer, imagina, é muito mais doce e tem poucas sementes. Ainda há poucos produtores. O segredo da plantação é botar uma caixa de abelhas a cada hectare cultivado.

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  • …por causa das abelhas

    Publicado por: • 6 fev • Publicado em: Notas

     Há coisas na agricultura brasileira que são de doer. Técnicas consagradas há séculos em outros países (como o biodigestor) ainda são vistas com desconfiança por aqui. E a polinização por abelhas aumenta a produtividade em até 30% nos Estados Unidos. Inclusive você não ganha financiamento se não usá-las, o que gerou economia com o aluguel de caixas de abelhas por temporada.

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