• Pensando bem  

    Publicado por: • 20 fev • Publicado em: Notas

     Ser de esquerda, hoje, é ser contra os EUA. Pelo menos, assim acham os “esquerdistas”. Não precisa de algum lastro ideológico-cultural, basta dizer que os americanos são culpados de tudo de ruim que acontece. Inclusive da unha encravada.

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  • Me avisa

    Publicado por: • 20 fev • Publicado em: Sem categoria

    Entreouvido em cafeteria do Litoral:

    – Quando sair o negócio, me manda um uatesape.

    Senti cheiro da Fronteira Oeste.

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  • A última volta

    Publicado por: • 19 fev • Publicado em: A Vida como ela foi

    O que eu penso se tem volta essa enorme enrascada em que este país se meteu? Dá para ilustrar com um causo dos meus tempos de faculdade. Uma turma de Uruguaiana alugava um apartamento no Centro de Porto Alegre. Estudavam de dia e farreavam de noite, como todos nós. Menos um deles, um sujeito muito tímido, com medo da cidade grande e por isso quase não saía de casa.

    Um dia aprontaram para o coitado. Gravaram o noticioso de maior audiência, o Correspondente Renner, e fizeram um rabicho com notícia de última hora e colocaram a fita no ponto de um gravador grande atrás de um rádio igualmente grande. Quando ele voltou do trabalho e sentou na poltrona, acionaram a gravação como se ao vivo fosse.

    – Atenção! Atenção! Está confirmado que a Terra vai se chocar com a Lua em poucos meses!

    Sentadito no sofá lendo revistinha do Pato Donald, o infeliz não moveu um músculo, nem fez a letra O com a boca. Depois de alguns minutos, fechou a revista, jogou-a num cesto ao lado e falou com tom entre choroso e conformado:

    – Vou-me embora para Uruguaiana… E se essa desgraceira que nos assola hoje não tiver um final feliz, vou me embora para São Vendelino…

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  • Cegos, surdos e teimosos

    Publicado por: • 19 fev • Publicado em: Caso do Dia

     Conversar com passarinho que encarnou Hugo Chávez dá nisso. Onde estava a esquerda festiva latina e brasileira quando os sinais do desastre venezuelano eram questão de tempo? Como que a esquerda mais esclarecida não tirou o cavalinho quando Hugo Chávez e seu ungido Maduro (para fazer bobagens) destrambelharam a economia de um dos maiores produtores de petróleo do mundo, mesmo quando o preço do barril era mais em conta?

     A esquerda festiva, aquela que tem pôster do Che Guevara no quarto e no papel de parede do computador e tem orgasmo quando alguém diz “Viva la revolución” no seu ouvido, essa nunca soube de nada, nem mesmo os princípios basilares da economia e como as coisas funcionam. Que países com regime comunista ou nome de fantasia que tenha (nunca deixem eles chamarem vocês de comunistas, escreveu Antonio Gramsci) sempre fracassaram econômica e administrativamente, até as foices e martelos sabem.

     O homem é o único animal que cai no mesmo buraco duas vezes, repito. Quando não é por falta de conhecimento da história, burrice ou fé cega, ou os três juntos. Agora está aí o triste espetáculo: 70% das crianças venezuelanas são subnutridas.

     E Maduro.

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  • A vitória dos dedos

    máquina de escrever antiga com detalhes de dedos digitando

    Publicado por: • 19 fev • Publicado em: A Vida como ela foi

     No tempo em que se usava máquina de escrever, condição sine qua non para se obter qualquer emprego mais qualificado era saber “bater à máquina”, e precisava ser rápido e escrever com um mínimo de erros. E tinha ainda que alinhar o texto na margem direita, não essa moleza de hoje em que o computador faz tudo automaticamente. Havia escolas de datilografia, nas quais se ensinava a usar os dez dedos. Eu, humilde marquês, como dizia o Ho Chi Mim gaudério, só usava dois deles e os polegares para a barra dos espaços.

     Chama-se essa técnica de “dedografia”, usando os indicadores, e posso garantir que eu era bem rápido. Como para escrever em lauda de jornal, as correções podiam ser feitas depois, com Bic, ninguém dava muita bola porque havia uma função na redação chamada copidesque. A turma que reescrevia teu texto para depois rumar para a área técnica. CDF mesmo só fora de jornal, como no banco em que comecei a trabalhar com 17 para 18 anos.

     – Não vais longe na carreira sendo dedógrafo – implicava meu chefe imediato. Tens que usar os dez dedos!

     Olha eu tentei, mas não teve jeito. Não conseguia me convencer que, para ser bancário, precisava usar os dez dedos para datilografar. Mas, na época, a doutrina era essa. E até hoje uso o mesmo sistema no computador. Confesso que me dá uma certa inveja ver a gurizada manejar o miniteclado do smartphone em alta velocidade.

    dedos digitando em smartphone

    Mas eles usam só dois dedos, os polegares! Essa é minha vingança. A tecnologia avançou, mas a humanidade ainda precisa dos dedos para escrever, já se deram conta disso? O que eu queria agora era comprar uma máquina do tempo, voltar nos anos até encontrar meu antigo chefinho do Banco da Província, espetar o indicador na cara dele dizendo que o futuro provou que o mundo seria dos dedógrafos.

     Isso feito, daria um pulinho da casa da guria que eu estava de olho naqueles tempos e perguntaria a ela se não queria brincar de cavalinho na minha máquina do tempo. Que só tinha um assento.

     Imagens: Freepik e Carla Santos

     

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