• Um país provisório

    Publicado por: • 11 dez • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Neste país que já teve seis Constituições e uma colcha de retalhos, a última, dita como Cidadã, nada mais normal que estejamos sempre à procura da perfeição a que nuca chegaremos. Os campeonatos de futebol não seriam exceções à regra. Vão mexer na fórmula do brasileirão porque jornalistas de nomeada, mais temidos que amados pela CBF, assim querem. Para quem vê esse edifício chamado futebol de fora, é uma incongruência.

    CONFESSO QUE PEQUEI

    Pelo que li, em vez de pontos corridos haveria uma etapa em que os times jogariam entre si mais de uma vez para driblar derrotas de momento. Como país afogado na religião católica, nada mais normal que ter uma segunda chance após se confessar com o padre. Deus perdoa, dirá ele, e a CBF também. Reze três País Nossos e três Ave Marias e vai em paz, meu filho.

    MUTAÇÕES GENÉTICAS

    O Brasil é o país com mais regras imutáveis mutantes que se conhece. Tudo e revisado de acordo com o legislador de plantão ou governante que quer deixar sua marca. Por isso que cada presidente, governador ou prefeito que entra muda as funções e nomes das pastas ou secretarias. De preferência, aduzindo nomes quilométricos que se esquece tão logo chega na metade deles.

    A NOVELA DA CASTELO

    Porto Alegre teve a avenida Castelo Branco, que os vereadores de esquerda quiseram rebatizar de avenida da Legalidade. Como o diploma legal foi rejeitado pela colenda Câmara de Vereadores, eles voltaram à carga tentando mudar o nome na marra. Surpresa, não pode reapresentar o mesmo projeto com o mesmo nome, no caso. O que fizeram suas excelências? Acrescentaram à Legalidade “e da Democracia”.

    GRAND FINALE

    A vereadora Mônica Leal, cujo pai foi coronel do Exército, indignou-se com a emenda e queixou-se não ao bispo, mas ao juiz, pedindo a volta do nome original. A Justiça decidiu que o nome deveria ser o original, então hoje temos de novo a avenida Castelo Branco e deu. Ai meus sais, como diziam as madames francesas do século XVIII.

    NEGÓCIOS BINACIONAIS

    Posso garantir que meu batimento cardíaco não subiu um só risquinho quando li que Lulinha foi enquadrado na Lava Jato. Novidade sim, surpresa não. Agora é o caso de se desenrolar esse novelo para saber se procede um antigo boato sobre uma fazenda em São Paulo e alguns esquemas na privatização das telefônicas. Em Portugal, botaram um ex-presidente na prisão por causa desses “telefonemas”, por assim dizer, cana convertida em prisão domiciliar.

    UMA BRONCA PORTUGUESA COM CERTEZA

    O que sempre me intrigou é que em 2017 e 2018 a TV portuguesa e os jornais de Lisboa falam durante semanas sobre um suposto esquema envolvendo Lula e o presidente José Sócrates, que estava mais sujo que pau de galinheiro. A polícia portuguesa suspeitava do envolvimento do brasileiro no esquema. E foi coisa de centenas de milhões de euros. Afora um comentário que fiz no Jornal do Comércio, não vi nada nos demais jornais locais.

    LULA NÃO DANÇA TANGO

    Se o Lulinha não me lembrou de fazer um eletro, a ausência de Lula na posse do companheiro Alberto Fernández me causou espécie. Mas como que o cara não me vai na posse da companheira Cristina K? Sabemos que, em um passado não distante, ambos trocaram juras de amor ideológico. Então qual é?

    DONA CRISTINA DEIXA?

    Alberto Fernández disse no discurso de posse que quer estabelecer relações com países “acima das ideologias”.  Eu acrescentaria: se Cristina deixar, cara-pálida, devagar nessa pressa.

    SEMPRE A MESMA COISA

    Discurso de posse, discurso de formatura, discurso de campanha costumam ser como um tambor. Bate faz um barulho desgraçado, fura não tem nada por dentro.

    Publicado por: Nenhum comentário em Um país provisório

  • Temos uma chance em um bilhão, então temos uma chance.

    • Do filme Fuga das Galinhas •

  • Sobre falsificações

    Publicado por: • 10 dez • Publicado em: A Vida como ela foi

    espetinho-coracao-artigo

    Houve época em que um grupo do qual eu fazia parte almoçava tudo junto incluído pelo menos duas vezes por semana em lugares variados, entre eles a agência Arauto do Salim Allem. O gordo tinha uma cozinheira que transformava uma simples comida caseira em uma obra de arte, seguindo o depoimento de vários estômagos. Mas também curtíamos o Dado Garden e a Churrascaria Na Brasa, hoje NB.

    Da roda fazia parte o querido Flávio Del Mese, personagem assaz conhecida como globe-trotter e bom vivant. Certo dia, fomos na Na Brasa e, quando passou o espeto da picanha, ofereci-me para devorar uma boa parte dela. No preciso momento em que o garçom cortava a carne, o Flávio fez um comentário.

    – Olha, eu não acredito em picanha. Deve ter muita falsificação. O boi só tem uma picanha e todo mundo só come esse corte, então não tem boi que chegue.

    Quando o garçom se dirigiu para outra mesa, veio um colega e colocou bem na frente dele um espeto com corações de galinha. Parei de mastigar e fui à vingança.

    – Então me diz uma coisa, Del Mese. A galinha ou frango só tem um coração e todo mundo come coração de galinha. Só nesse espeto na tua frente deve ter uns vinte. Então, seguindo teu raciocínio, alguns deles seriam falsificados?

    Publicado por: Nenhum comentário em Sobre falsificações

  • Hidroavião

    Publicado por: • 10 dez • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Cada época com seu Jumbo. Na primeira metade do século passado, fazia sucesso um hidroavião (só pode pousar na água, ao contrario do avião-anfíbio) fabricado pela alemã Dornier, com seus motores duplos.

    Confira o vídeo clicando aqui:

    Publicado por: Nenhum comentário em Hidroavião

  • Em frente, Rio Grande

    Publicado por: • 10 dez • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    0f66b92f-8446-4bac-93ac-a59e18ee529a

    Luciano Hang, das lojas Havan, no seu slogan “Em frente, Rio Grande”, esteve no restaurante George III em Gramado (https://www.restaurantegeorgeterceiro.com.br) interagindo com toda equipe e anunciando uma filial nas Hortênsias, em Canela. Luciano já está na 5ª loja no Estado, e na 137ª filial da rede. Promete mais 14 estabelecimentos para 2020, sendo quatro em Porto Alegre. Na foto, Luciano Hang, Marines Dalbosco e Roberto Ruas, sócios-proprietários do restaurante.

     O MIDAS DO VAREJO

    O homem que coloca uma réplica da Estátua da Liberdade em versão reduzida na frente das suas lojas é crucificado pela decoração. Coisa de mau gosto, dizem. Pode até ser, mas como empresário o cara é um fenômeno. Há uma semana inaugurou uma filial em Viamão (RS), cidade vizinha de Porto Alegre e faturou o dobro do previsto. Veio gente de longe para comprar sabem o quê: edredons a 29 reais. Em pleno verão.

    NOVOS E POTENTES

    Tenho repetido que o Rio Grande do Sul tem poucos empreendedores dignos desse nome. E, na maior parte, estão no Interior. Porto Alegre se acha o umbigo do Estado quá quá quá. Não dança nada e quer luz negra. O dinheiro está lá, crianças. Porto Alegre é uma cidade de funcionários públicos. Por isso, as entidades empresariais quase sempre entregam os prêmios e destaques para os mesmos. De vez em quando, surge uma novidade e depois de longo e tenebroso inverno surgiram dois: Otelmo Drebes, da Lojas Lebes, e o acima mencionado, Luciano Hang.

    CAUSA MORTIS

    A Capital gaúcha já teve muitas redes de varejo de ponta, mas a sucessão familiar e brigas entre herdeiros, a famosa gestão e a mania gaúcha de achar que em time que está ganhando não se mexe deixou-as velhas, sem charme e superadas pelas redes do interior do RS. Que vieram para cá e arrasaram. Como diz o coronel Cláudio Vogt no seu blog, os ponteiros do relógio cobram decisões. E, quando elas não chegam, você morre. Pessoa física e jurídica.

    OS ORLEANS E BRAGANÇA

    DEPUTADO PHILIPPE

    O advogado especialista em Direito Eleitoral e escritor Antônio Augusto Maier dos Santos visitou o deputado Philippe de Orleans e Bragança. Conversaram sobre o Brasil e a Reforma Política. Ele, que terá a missão de presidir uma Comissão Especial sobre o tema na Câmara dos Deputados, “é um parlamentar preparadíssimo, dotado de cultura impar”, garante Antônio Augusto, que entregou um exemplar do seu livro. O título da obra é instigante.

    O MEU MUNDO CAIU

    Fechou o Metro e o excelente jornal argentino Clarín está na transição para digital e apostando em ser agência de notícias para abastecer outras plataformas. Desde os anos 1980, lia com avidez o tabloide dos Hermanos. Como é triste essa morte matada dos jornais impressos.

    É PRO FANTÁSTICO?

    O ex-candidato à presidência pelo PT, Fernando Haddad, veio ao Sul receber uma homenagem da Assembleia Legislativa. Havia agendado visita a um jornal, mas não compareceu. Preferiu ir a uma posse em órgão público. Feio isso.

    A GRANDE MUDANÇA

    Pois a saída do jornalista Rogério Mendelski da Rádio Guaíba fez com que a emissora mexesse fundo na programação matinal. Entrou o experiente e correto Guilherme Baumhardt (ex-Band) no horário das 5h às 9h. O rapaz é do ramo. Chegamos a trabalhar juntos no Jornal Gente da Rádio Bandeirantes e só tenho boas recordações dele.

    E LÁ VEM AS AVES

    Chester, peru ou frango, é tempo das aves. Vejo-as em todas as padarias que assam aves natalinas. O Natal é cheio de aves, Ave Maria, Ave Lã, Ave Struz, até Ave Lino.

     OS MORTOS

    20191206_160006

    Mas nem tanto. Os Beatles estão vivos e o primeiro do peito do fotografado nunca morreu de fato. Quando ressuscitou mudou de nome. Como disse o guru do PT, o italiano Antonio Gramsci, “nunca deixem eles chamarem vocês de comunistas”.

    Publicado por: Nenhum comentário em Em frente, Rio Grande