Os perigos da linguagem
Recebi um release de assessoria de imprensa de uma empresa de TI e perguntei sobre um detalhe operacional do cliente em questão.
Resposta:
– Não tenho essa informação. Nós só realizamos inserções orgânicas.
Puxa vida, jamais pensei nessa hipótese. Fosse antes da internet, a resposta teria outro significado. Deprendo que hoje a informação é como a química, orgânica e inorgânica.
Gostaria de receber um texto inorgânico para ver a diferença. Mas sem inserção, por favor.
Dialetos brasileiros
Meu amigo José Valdaí de Souza, que foi jornalista e hoje é médico, contou que está aprendendo mandarim, uma das línguas chinesas. Existe o mandarim oficial e o simplificado, sem os quais você não vai longe por lá.
Além do mandarim A e o B, existem 87 dialetos. E se alguém quer precisão de linguagem, esqueça a tradução, especialmente se for primeiro para inglês e depois para o português.
O resultado, diz Valdaí, é um horror. Fala de cátedra porque estuda mandarim desde 2005.
Mas quem quiser sobreviver nos negócios e até fora deles tem que aprender a língua. A China, como sabemos, é dona de metade do Brasil e uma enorme gama de produtos.
E domina os investimentos em todo o Mercosul e outros países latinos. Estão comendo as potências europeias e os EUA pelas bordas.
Nossos dialetos
Temos o gauchês, o baianês, o carioquês, os mais notáveis. Mas também existem o juridiquês, o economês, o psiquiatrês entre outros. Para o juridiquês precisa muito mais que saber o que é data vênia. Um língua estranha é ou era a dos surfistas, que não tem consoantes.