Os patrulheiros
Duas patrulhas estão esguelando o jeito de falar e de escrever. A patrulha das minorias, que em alguns casos quase são maiorias, e a patrulha do politicamente correto. Somadas estão tirando a naturalidade de se expressar. Resultado: autocensura desbragada.
A DITADURA PERFEITA
Com 52 anos de jornalismo, posso dizer com tranquilidade que me censuro mais hoje do que nos anos do regime militar. E se eu não o faço, outros farão por mim.
UMA AJUDINHA, POR FAVOR
No primeiro governo Lula, chegou-se a ensaiar um programa de ajuda às empresas de comunicação anos moldes do Proer dos bancos. Criaram até um nome, o Promídia. O autor da ideia, que ocupava um cargo, acabou sendo nomeado para um banco de fomento, e o programa gorou. Mudou o nome, mas não a essência. Abriram a guaiaca, mas com limites prudenciais. Explica muita adesão à bandeira vermelha na época.
ESPELHO, ESPELHO MEU
Estamos na era da razão abstrata, onde o narcisismo idealiza motivos para manifestar, com intuito de chamar a atenção para si mesmo.
O neurocientista e psicólogo Fabiano de Abreu diz que o narcisismo é o grande culpado por esta realidade em que todos pensam ter razão.
A BELEZA DA BRUXA
É por aí. Estamos em várias eras, da Intolerância, da patrulha do ressentimento e a do narcisismo. Se achar bonito mesmo sendo feio é uma boa maneira de elevar a autoestima, mas não pode substituir o senso crítico. É um efeito previsto na história da Branca de Neve, um arquétipo. Todos se acham o máximo, mesmo sendo mínimos. E ai de quem duvidar.
Ninguém mais quer ter 15 minutos de fama. Quer 24 horas de fama.