Diário da Peste
NUNCA antes como agora o brasileiro virou especialista em curvas do S. Não foi só o Airton Sena. Você arrisca dar uma caminhada na rua, e as pessoas que vêm em sentido contrário fazem um S para te evitar. Se fores idoso, o S vai além do meio fio.
QUE mundinho contraditório esse. Quanto mais a ciência estuda um assunto ou uma doença, mais seus agentes divergem. É como um funil ao contrário. E como tem muita brilhatura e pavonice, cada vez mais fica parecido com uma Torre de Babel.
UMA boa maneira de não entender nada é ver os telejornais. Alėm disso, conseguiram ideologizar o vírus. Assim, isolamento é de esquerda, rompê-lo é de direita; máscara é de esquerda, nāo usá-la é ser de direita e assim vai.
CADA vez mais observa-se o romper do isolamento. Mais carros e pessoas nas ruas, alguns segmentos do comércio estão abrindo, e aos loucos a barragem começa a romper.
AINDA não chegamos ao ponto da ruptura total, ainda dá para segurar a onda enfiando o dedo no buraco, mas é um caminho inexorável. Água morro abaixo e fogo morro acima ninguém segura.
O FUTURO? O futuro a Deus pertence, frase atribuída erradamente ao ex- ministro do STF Sepúlveda Pertence. Autoria equivocada, mas é boazinha.