Os paisagistas

8 mar • NotasNenhum comentário em Os paisagistas

 Aos poucos, vamos deixando de ficar ligados o dia inteiro na guerra de Putin. É inevitável. Sem novas informações qualquer evento prolongado começa a fazer parte da paisagem depois de algum tempo. Pressinto que boa parte também acha que a queda da Ucrânia é inevitável. O depois é que são elas. Ou a paz dos cemitérios, ou a guerrilha.

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Às vezes, e não estou dizendo que seja o caso, as redes de televisão prolongam a cobertura como se o conflito ou o evento tivessem recém-começado. Foi o caso da morte do Airton Senna, que a Globo repetiu, sempre acompanhada daquela musiquinha. A linha entre a cobertura normal e a insistência lacrimosa é tênue.

https://cnabrasil.org.br/senar

Não saberia dizer de outros países, mas me parece que essa fixação doentia tem apenas uma parcela de público ao seu lado. É diferente de acompanhar o BBB, por exemplo. Ali é o culto à fofocaiada e voyeurismo consentido. Neste caso, eu gostaria de penetrar (epa!) na cabeça dos figurantes.

A parte fácil é que os moradores da casa Globo acabam acreditando que aquilo tudo é real e assim se comportam. São metamorfoses ambulantes do Raul Seixas turbinadas com doses cavalares de exibicionismo.

A guerra da chuva

Todo santo dia Porto Alegre e cidades vizinhas enfrentam a guerra do tempo. Ontem, o toró das 17h chegou mais cedo.

Virou padrão nestes dias tempestuosos: manter a bateria do celular sempre cheia. Choveu, ventou, a luz acabou.

Espero ansioso a chegada da sexta-feira. Dizem os pajés que fizeram a dança da chuva que, neste dia, a temperatura cairá para níveis decentes.

Tristeza de uns, alegria de outros

A cada temporal chegam imagens impressionantes de casas destruídas, janelas arrancadas e prédios danificados pela força do vento, especialmente nas coberturas habitadas. Como esses novos tempos de clima maluco vieram para ficar, é o caso de a construção civil se adaptar, usando materiais mais resistentes e com fixação melhor.

Mas não estou vendo esse movimento. O que vejo é a alegria das lojas de materiais de construção civil e de consertadores de destruições climáticas, pessoas físicas e jurídicas.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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