Os filhotes farroupilhas
Gerou filhotes o caso contado ontem sobre o Bar Farroupilha, localizado na esquina das ruas Fernando Machado e Borges de Medeiros, no Centro Histórico de Porto Alegre. O prédio existe até hoje.
Lá foi inventado o sanduíche farroupilha. Pãozinho francês, ou cacetinho, como nós o chamamos, presunto, manteiga e queijo.
Houve quem dissesse que este sanduíche teria sido inventado pelo general Bento Gonçalves, na Revolução Farroupilha de 1835. Na época, não existia presunto processado, só o presunto curado. Aliás, inventado pelos gregos milênios antes de Cristo, com sal egípcio.
Na época de Bento, comia-se charque. Às vezes, carne salgada pelo suor do cavalo, quando usada como sela nas cavalgadas. Então é de duvidar dessa versão.
O antigo dono me contou que o sanduba tal como o conhecemos foi inventado durante o centenário da Revolução Farroupilha, em 1935, quando houve grande festa e exposição mundial no Parque Farroupilha, também chamado Redenção. Esta sim é coerente.
Conversa de botequim
Em todo o Brasil, existia o termo “média” para definir um lanche composto de meia taça de café preto ou com leite, um pãozinho e manteiga. Era barato, enganava o estômago.
Em Porto Alegre, surgiram variações com patê, com ou sem manteiga. Era meu preferido. Vinha em um pequeno recipiente de vidro.
No samba Conversa de botequim, de Noel Rosa, há a passagem “Traga-me uma média/Que não seja requentada/Um pão bem quente com manteiga à beça”. Pois era a “média”.