Os beliscões de todos nós

19 out • NotasNenhum comentário em Os beliscões de todos nós

Se eu fosse menos calejado em coisas nossas me beliscaria para ver se não estava sonhando. Se fosse o general que saiu do coma vivo por Jô Soares também gritaria “me tira o tubo!”.

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Entre outras confusões, a cada dia surgem informações como a proibição de se comemorar o Dia do Médico em outro conforme normalização do TSE. E vem a notícia que 46 jornais tiveram matérias censuradas porque seu Lula não gostou delas.

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A ser verdade, nem o regime militar instaurado em 1964 chegou a tanto. Eu vivi e trabalhei em jornal a partir de 1968, então sei o que vivi. Vivemos tempos de confusão jurídica como nunca se viu na história do Brasil.

O passado será amanhã?

Até agora as pesquisas mostram o mesmo quadro do primeiro turno, com estreitamento relativo na diferença entre Lula e Bolsonaro. Menos o Ipec, ex-Ibope, que aumentou a diferença para 7 pontos. Veremos quem erra menos desta vez.

Pesquisado e pesquisador

Pesquisa não erra. Quem erra é o eleitor, eis a lição que aprendi em mais de meio século de jornalismo. De onde se conclui que o eleitor não é confiável.

Horóscopo chinfrim

Nos tempos que correm, tem que desconfiar da mídia em quase tudo. Em outros tempos, só quem errava era o horóscopo. Mesmo assim, acertava de vez em quando. Hoje, ele é genérico. Pode ser que hoje seu dia seja bom, cuidado com os falsos amigos e assim por diante.

O Banco Fernando

Certo dia, sonhei – meio dormindo, meio acordado – que meu pai me deu um banco. Um banco! Desses de receber dinheiro de terceiros e emprestar a eles mesmo com juros estratosféricos. No meio sonho me vi abraçando um desses cofrinhos de poupança de antigamente.

Fiquei exultante. Finamente, eu faria parte da elite financeira, te mete. Já meio acordado, dei-me por conta que eu precisava de espaço para guardar o dinheiro dos depositantes, local para computadores essas coisas que banco precisa ter. O meu lado sonho achava que era só mandar um bilhete para o Banco Central e avisar que eu era uma instituição financeira.

O meu lado acordado caiu na real. Estás maluco? Achas que a Federação dos Bancos vai te aceitar, logo tu, um ser humano mais pelado que bola de bilhar?

E meu lado sonho continuava abraçando o banco-cofrinho. Repeti uma frase Latina que me ensinaram no segundo grau, per ardua ad astra, que esse corretor cretino da Samsung grafou “astral”, o idiota. O caminho para o sucesso é difícil, em tradução livre. Em seguida veio outra, o lema de São Paulo, non ducor duco, não sou comandado, comando.

Infelizmente, minha mãe me acordou de dizendo que estava na hora de levantar e ir para o  colégio. Putz a barío, como dizia o palestino da lojinha amigo do pai. Fiquei banqueiro só um pouquinho, mas já estou com raiva dessa gente que não entende o que é ser um empreendedor nato.

Estou esperando outro sonho, em que eu seria banqueiro de verdade. Infelizmente não o sonhei até hoje. Sirvo mais para  bancário que para  banqueiro. Êta vida difícil!

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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