O teste das rugas verticais

19 jan • NotasNenhum comentário em O teste das rugas verticais

Observem bem o rosto dos apresentadores dos programas de culinária após a degustação de um prato gentilmente oferecido por um restaurante nacional ou estrangeiro. Pra começar, nunca, mas nunca mesmo vi um deles dizer que era uma droga de comida. A não ser que fosse para confirmar um colega que tenha dito que essa é uma droga de comida.

Mas a questão é outra. Desconfie de quem – homem ou mulher – falar que a comida provada é boa tão logo chegue à sua boca. Não existe isso de papila gustativa instantânea.

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Outro sinal de que é matéria paga ou forçação de barra é quando aparecem rugas verticais na testa. Sinal seguro que ele ou ela não gostaram.

O que cansa é assistir esses vídeos sem nenhuma originalidade ou já vistos há 10, 15 ou mais anos. Mas não os veja, vocês dirão.

Certo, eu sou um otário masoquista, mas não tenho opção. Mais de 170 canais e poucos têm documentários ou filmes novos e não-reprisados. Até os canais europeus entraram nessa toada, isso que lá é inverno e, em tese, deveriam caprichar mais para atrair o telespectador.

Fragilidde

As lições do temporal que devastou Porto Alegre não deixam de ser mais do mesmo. A fragilidade da infraestrutura e da internet como um todo.

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Ah, mas foram ventos de derrubar prédios. Desculpa, mas em 2010 e 2016 foram muito mais destrutivos. O recorde dos ventos foi de 98 km/horários no Aeroporto Salgado Filho. Já tivemos ventos acima de 110 km/h.

OK, não foi bolinho, placas, painéis, metais voaram e perdemos mais de 300 árvores na cidade. Eu mesmo perdi alimentos no freezer e geladeira. Imagino que tenham sido toneladas de congelados que tiveram que ser inutilizados.

O que fica provado mais uma vez é fragilidade da web, a internet. Não deixa de ser irônico o fato de ventos inutilizarem a mais alta tecnologia. Natureza versus homem sempre dá a primeira.

No front nacional

Incrível como o Rio Grande do Sul perdeu importância, e não é culpa do governador Eduardo Leite. Não vi nos sites dos jornalões qualquer destaque e nem mesmo matérias mais consistentes sobre o nosso desastre natural.

Mas é preciso entender que, se as redações tivessem mais e melhores profissionais, talvez o quadro de acompanhamento seria outro. O fato é que a grande imprensa está terrivelmente fraca, pernas bambas, deixando escapar notícias que, em outros tempos, nunca seriam ignoradas.

Assistir telejornais europeus é se surpreender com o que está acontecendo no mundo sem registro aqui. Nada mais lógico. Com a magreza das redações não se poderia esperar outra coisa. E também perdemos muito espaço em miudezas perfeitamente ignoráveis.  

As praças doidas

Porto Alegre tem o legítimo samba da praça doida. Senão, vejamos: o viaduto Otávio Rocha é conhecido como viaduto da Borges; o nome oficial da praça da Matriz é Marechal Deodoro da Fonseca, na qual fica o monumento em homenagem a Júlio de Castilhos, que por sua vez dá seu nome para o logradouro na esquina da Independência com a Ramiro Barcelos. O monumento do Conde de Porto Alegre ficava na praça da Matriz. Mas foi de mudança para a praça do Portão, que só depois ganhou o nome do conde.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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