O sapo e o mosquito
Estava um sapo se refrescando na beira de uma poça d’água quando passou um mosquito três em um – dengue, zika e febre amarela – em voo rasante. Tirou um fininho do batráquio, ciente que esse tipo de gente (ou animal) come tudo que voa. Só para inticar, fez o sobrevoo. O sapo levantou uma pata e abanou o ar para afastar o inseto.
– Pode me provocar à vontade, Aedes, eu já almocei.
– Sei disso – falou o mosquito. – Por isso estou te irritando. Você comeu toda minha família, meus pais e avós, filhos e primos. Tinha que ter um inferno só para sapo malvado. Tu não presta!
O sapo deu um arroto e começou a cochilar. O mosquito deu um último rasante no preciso momento que a língua especializada do batráquio fez um oito e capturou o difusor do zika, que foi imediatamente transladado para o porão do sapo modelo cururu, que deu outro arroto.
– Eu não presto, mas eu te amo!
Mortal da história: nunca voe perto de um acrobata.