O rinoceronte do Motta
O jornalista e não-se-mais-o-quê Paulo Motta lança seu livro Pândegas & Galhofas dia 31, 19h, na Ponta del Diablo, que fica na frente do Zaffari da Lima e Silva. Recomendo com fervor. Cá entre nós e nosso barbeiro, o cara é bom pra caramba, com um texto escorreito e saboroso. Na orelha do livro o Motta já mostra leves traços do seu estilo: quando diz que é “incapaz de fazer mal a um rinoceronte”.
Uma das passagens mostra como o Paulo Motta gosta, assim como eu, de tipos inesquecíveis que povoam seus causos. Um deles é o Melhoral, olhem só a alcunha, um baixinho invocado que fala com a língua presa.
– E aí, camagadas, tomando uma cerveja espegta, hein? A Segamalte é a mais déiz!
Eu me amarro nos caras de língua presa. Conheci um que gostava de cantar músicas que justamente ele teria que ignorar por ter muitos erres. Ou egues. Teve um dia que ele olhou para uma garota de nome Marina e se foi de Dorival Caymmi pra cima dela.
– Maguina, moguena Maguina…
Ela riu e ficou só nisso. Imagino que se um dia ele encontrasse alguma Carolina ia de Chico Buarque pra cima dela.
– Cagolina…
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« Eu, Deus Mãos ao alto »
Nos idos dos anos 80, o Inter contratou um jogador de nome esquisito. Por dias, não cansávamos de perguntar a um amigo nosso, de língua presa, como era o nome do cara. Dizia ele: “Aguiguegagay”.