O ouro que não é dos tolos

6 jan • NotasNenhum comentário em O ouro que não é dos tolos

O amável leitor que circula pelo Centro Histórico está acostumado com os gritos de “compro ouro!”. Disparados pelos homens e mulheres, especialmente na esquina da Andradas com Marechal Floriano. Assim que alguém se interessar, eles o encaminham para um escritório dos poucos donos de ouro do mercado.

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Ontem, o vil metal fechou a 1.785,10 dólares a onça-troy (30,1 gramas) em Wall Street. Com o dólar a 5,69 reais, estamos falando de R$ 10.156 reais. Claro, estamos falando de ouro com 99% de pureza. Então, não se aplica integralmente à joia que a vovó lhe deixou. Os empregadores dos rapazes do “compro ouro” explicam todos esses cálculos e depois lhe dão o valor de venda. Provavelmente, só chegará a uma fração do valor real. Eles também precisam sobreviver, os coitados.

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O que eu quero dizer é que há muita vida no ouro e em outros como a prata. O ouro vem subindo há sete semanas, e sobe na razão direta dos medos da humanidade. Sejam guerras ou pandemias da pneumonia do presidente dos Estados Unidos ou do ômicron. Então os donos do ouro compram na baixa e o vendem na alta. Entrementes, este metal tem dezenas e até centenas de aplicações industriais. E também é bactericida, por isso os dentistas antigos botavam dentes de ouro.

Simpatia

Sabem aquela simpatia de esfregar a aliança na roupa para esquentá-la e depois colocar no terçol? É mais que simpatia, e bactericida, lembram?

Alerta

O ouro sempre foi um fetiche da humanidade, ajudado pelo fato que nenhum ácido o afeta. Salvo um que não existe na natureza, chamado água régia, que precisa ser fabricado. Um alerta para quem queira vender o broche ou a pulseira da vovó: às vezes, a joia como um todo vale mais que o ouro. O mesmo acontece para diamantes.

Eu sei tudo isso há décadas. Infelizmente, não tenho ouro nem nos dentes.

Sempre nos verões

A humanidade não é lógica, principalmente a gaúcha. Diga-me qual é a lógica de você sair de sua cidade que vai esvaziar no feriadão para pegar estradas, botando carros pelo ladrão, enfrentar o nordestão, restaurantes e supermercados atrolhados. Visto que até o milho verde é cheio de areia. Além dos serviços e consertos feitos por quem que não sabe nem para que serve uma chave de fenda. Depois de tudo isso voltar pegando as mesmas estradas congestionadas rumo à sua cidade. Que vai encher de gente de novo, aliás.

Tudo tão estranho…

Deu no jornal

Um passageiro alto ganhou um assento na primeira classe em voo internacional porque não cabia na classe econômica. Deu sorte, porque não precisa nem ser alto para ficar em posição fetal nestes últimos.

Fica provado – mais uma vez – que o mundo é dos baixinhos.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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