O órgão propulsor
É correto dizer que a pele é o maior órgão do corpo humano – sim, a pele é órgão. No entanto, é o coração o maior órgão propulsor, como na música de Noel Rosa. Mas, no geral, instituições como a política usam o fígado como conselheiro, e dá no que dá.
Mistura fina
Poucos sabem usar bem o cérebro, tarefa impossível para quem não tem nenhum. Também é comum o uso combinado entre coração e razão, o que costuma dar bons resultados, desde que se tenha os dois em boa forma.
Aquele que manda
Como tudo está sendo revisitado, certamente cabe incluir entre os órgãos humanos o bolso. Assim como o sangue percorre o corpo, o bolso irriga ações e reações. Mas a principal função do bolso é alimentar o modo humano de viver. Entre eles, o ato de comer. Ê uma ligação direta entre os dois.
O bolso influi em outros órgãos humanos, com a devida licença poética. Dependem dele o coração, a razão – o cérebro- é até o fígado. Quanto mais vazio ele estiver, mais serão afetados de forma evasiva.
O rei bolso
Finalmente, o bolso dos menos afortunados influi nos votos da urna eletrônica. O bolso é chamado pelo nome genérico de economia. É a mesma coisa. Até o jatinho particular depende do bolso.
Vai um usado aí, mister?
Às vezes a mania de usar palavras novas para definir coisas antigas atrapalha a compreensão de gente que não passa do ze book is on ze teible. Caso da startup Kavak. Ela compra e vende carros usados em lojas físicas. O que sem inglês é o velho “compro carros usados” presente às dúzias nas cidades. O diferencial é o gigantismo do faturamento, mas no fundo é como o caso do vendedor que virou patrão.
Diálogo no ar
Muito bem vestida, a bela mulher ocupa o assento do avião. Ouve-se um leve farfalhar de roupas. O passageiro ao lado, quer entabular conversa.
– Prazer, meu nome é Carlos. Carlos Vieira.
Ela o olha de relancina.
– O meu é Caroline. Caroline Benz.
– Ópa! Alguma coisa em comum com o carro?
– Sim. O preço.
Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.
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