O natural sobrenatural
Nas discussões entre especialistas em futebol eu fico meio de lado, porque, sabem vocês, de futebol eu não entendo. Posso entender a lógica do processo, mesmo quando ele é ilógico. Mas nessa coisa de escalação, jogadores etc sou zero.
Por isso, eu gostava de ouvir e fazer perguntas ao Cláudio Quintana Cabral, no Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes. Hoje, presto atenção nos textos de Pedro Ernesto, na ZH.
Ele e eu tínhamos em comum a obsessão de olhar a floresta e não apenas a árvore. Lembro que, certa vez, falamos sobre zebras na Copa do Mundo e até nos campeonatos.
Disse a ele que, assim como algumas seleções surpreendem, nas eleições sempre aparece alguma surpresa ou fenômeno eleitoral, como nós da mídia chamamos algum obscuro candidato que chegou lá. Vale o mesmo para alguém muito bem situado no quadro partidário que acaba sendo um fiasco nas urnas.
Cabral e eu fechamos o raciocínio. Fenômeno é consequência natural de um fato ou sequência de eventos não detectados a tempo pelos “invictos”, nós da mídia, como dizia o treinador argentino Menotti. Eu encerro com outro Quintana, o Mário: tudo é natural, inclusive o sobrenatural.