O mesmo filme, a mesma praça…

16 set • NotasNenhum comentário em O mesmo filme, a mesma praça…

Responda rápido: qual é o filme ou documentário mais repetido na TV por assinatura? Não precisa ir longe, é só olhar na grade e observar que alguns estão no ar há mais de 20 anos.

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Na ficção, atores que eram crianças, na época, hoje podiam ser avôs. Mas qual o filme mais repetido na vida real? Eu vos assevero que são temas de campanha e promessas correlatas. E olha que tenho estrada.

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Algumas promessas me causam náuseas de tão inconsequentes e impossíveis que são. Tanto do lado da esquerda, quando da direita.

A melancia engolida

Reforma tributária, quem será a velhinha de Taubaté que acredita nela? Ouço falar nela desde o tempo de Fernando Henrique Cardoso. Aliás, o presidente que turbinou a carga tributária e hoje se finge de mudinho quando se aborda o tema.

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Um candidato honesto dirá que ela tem que ser feita em etapas, não dá para ser o pacote inteiro. Seria como engolir uma melancia inteira com casca e tudo.

Aliás, melancia é a prova que a natureza não é sábia. Fosse, essa fruta teria alça para carregar.

Também existe a quimera do Estado mínimo e o Estado eficiente. Não tem como, pelo menos no Brasil. Com Estado mínimo, os jornais e TVs não teriam assunto para o dia a dia. O Estado máximo é a alegria dos jornais e redes de TV.

A Europa tem vários países que se aproximam, mas não chegam a esse nível. Peguem Singapura, que é um Estado conduzido com mão de ferro e em que inexiste tráfico ou cheiradores, porque é pena de morte o castigo. Ah, mas assim também não, dirão as vestais.

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Ah não? Então continuamos vendo traficantes dar drogas para crianças para fidelizar os futuros clientes. Continuem vendo famílias destruídas, filhos roubando dos pais para comprar uma pedrinha de crack. Mas deixemos essa questão em aberto. A Humanidade marcha inexoravelmente para a dependência química total.

Entre tantas outras promessas de campanha, nem vou citar os milagrosos, aqueles que acham polícia a cada metro a salvação, se dinheiro tivesse. Espremendo limão azedo, teremos suco de soluções vazias.

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Por falar em limão. Nos anos 1970, veio ao Brasil e Porto Alegre o Prêmio Nobel da Paz Norman Borlaug, que ganhou a láurea pela chamada Revolução Verde com novas variedades de sementes de trigo e outros grãos. Aqui ele foi ciceroneado pelo jornalista Robson Flores, do antigo Correio do Povo.

Certa vez, Borlaug viu Robson preparar uma caipirinha. Depois de prová-la, deu seu veredicto.     

– Vocês brasileiros são estranhos. Inventam um drink feito de destilado que veio da cana-de-açúcar, colocam mais açúcar para adoçar mais e depois espremer um limão para azedar tudo. 

Tá, sei que a ordem não é essa, mas o cara acertou no conceito. O Brasil é uma enorme caipirinha e os políticos azedam tudo. Políticos e governantes.

Cadê o bisturi?

Somos um País que tem radiografia de todos os problemas. Alguns foram radiografados há dezenas e dezenas de anos, mas ficamos nisso. Cirurgia que é bom, neca.

O interessante é que os que deveriam fazê-la vivem dizendo “Alguém precisa fazer alguma coisa!”.

Lembro de um pronunciamento do então governador gaúcho Pedro Simon. Enfrentou uma greve monstro dos professores logo que assumiu. Convocou uma rede de TV para explicar o pepinão. Lá pelas tantas, se inflamou:       

– O governo que aí está… O governo que aí estava era ele.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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