Como prever o imprevisível
Como não estou disposto a me cobrir de cinzas e chibatadas, traço agora o meu cenário em cima da criação de dois cariocas chamados Enéas Brites da Silva e Aloísio Augusto da Costa. Eles eram economistas no sentido que economizavam muito porque eram pobres. O enunciado é assim: Mangueira teu cenário é uma beleza/Que a natureza criou/O morro com seus barracões de zinco/Quando amanhece que esplendor. O samba Exaltação à Mangueira.
Aliás, o que seria dos compositores de sambas enredo se não fosse o emprego do Ô Ô Ô Ô? E do lailai-lai (versão curta) e lai-lai-lai-lailai (versão estendida)? Sem falar no prêt-à-porter “na avenida!”. E por aqui fecho a cortina porque o cenário está mais para urubu do que para colibri.
Final e início de ano, sempre abundam cenários. Refiro-me às perspectivas dos economistas. Foi um avanço, porque, desta vez, todos atores concordaram em um ponto: 2022 vai ser tão ruim ou até pior do que 21. Em anos anteriores os economistas reuniam-se para dizer que o ano que chegava podia ser de três maneiras: pior, igual ou melhor. Aí botavam muitos números e algumas dúvidas. Quer dizer, nem nisso eles tinham certeza. E boa parte ganhava em dólares.
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