O litro
Segunda metade dos anos 1970. Um jornalista da Assembleia Legislativa se aposentou e inventou de abrir um bar-lancheria na rua Duque de Caxias, Centro de Porto Alegre. Fomos lá para conhecer o espaço, eu e o Carlos Coelho. Sentamos nas banquetas e pedimos uma cerveja. Conversamos algum tempo e pedimos outra.
Do nosso lado, havia um rapaz magro como pau de virar tripa e alto como um jerivá. Comia um completo acompanhado de um refrigerante de litro chamado Minuano Limão. Em minutos, tinha comido metade do PF e bebido quase todo o litro. Já na terceira cerveja, olhamos admirados para ele, como podia alguém comer um enorme PF e beber um litro. Ele viu o nosso espanto.
– Vejam só quem está me estranhando. Vocês já beberam três cervejas, que dá quase dois litros e ficam olhando meu humilde litrinho. Vão se catar!
Fez-se justiça.