O jacaré arteiro
Um alcoólatra acordou cedo e resolveu passear com seu jacaré de estimação. Entrou quietinho no elevador, mas uma vez fora do prédio, o sáurio desandou a dar rabeadas ou rabanadas a torto e a direito sem dar a mínima para os transeuntes. Quando viraram a esquina, o jacaré roçou o seu longo rabo nas coxas de uma bela mulher que passava.
Nem dez metros depois, usou o rabo para enroscar a muleta de um pobre idoso. O dono do jacaré olhou-o com severidade, mas ele não deu pelota. Segundos depois, ele passou uma rasteira num cabra que carregava uma melancia. Foi a gota d’água. O dono se abaixou, olhou o jacaré bem nos olhos e deu o recado.
– Jacaré, olha que eu passo no boteco da esquina, bebo um liso de cachaça e tu desaparece.