O destino dos ossos
Sobre esse negócio de sair do Brasil em definitivo e virar as costas para um sistema desumano de carga tributária e serviços de última, lembrei de uma história que se não tem muito a ver é por aí. Um dos mentores da Revolução de 1930, o tribuno João Neves da Fontoura, viu a Câmara Municipal de Cachoeira do Sul recusar uma homenagem proposta por um político local. Doeu mais ainda porque ele era da Cachoeira, como dizem os locais. Revoltado, pespegou a seguinte sentença:
– Terra ingrata, não terás meus ossos!
Fico me perguntado se esses milhares que estão saindo – e não os condeno, ao contrário – vão pedir que sejam enterrados no Brasil quando o amargo fim chegar.