O caso dos Três Porquinhos
Quem tem mais de 40 anos deve conhecer uma das histórias infantis de maior sucesso em décadas anteriores, a dos Três Porquinhos, Cícero, Heitor e Prático (no Brasil). Saíram da casa da mãe e construíram suas próprias casas.
Heitor, um baita preguiçoso que tocava flauta, fez uma de palha para poupar trabalho. Ao vê-la o Lobo Mau a derrubou com um sopro, obrigando Heitor a se abrigar na casa de madeira de Cícero, que não era tão preguiçoso e tocava violino.
A construção de Cícero também não era tão resistente assim. E o malvado sabia disso e não teve maiores dificuldades para botar a casa no chão com um sopro mais forte.
Prático era mais sábio e nem um pouco preguiçoso. Então, usou tijolos para ter firmeza e esta o inimigo não conseguiu derrubar, por mais que assoprasse. E nela os manos se sentiram seguros.
Ao revisitar e atualizar o conto infantil, imaginei continuar a história. A casa de palha foi feita de palha de arroz, a de madeira usou madeira de construção já meio podre e a de alvenaria do porquinho Prático também foi ao chão. Era do programa Minha Casa, Minha Vida.
Então o trio comprou um desses apartamentos com propaganda pomposa tipo “50 metros quadrados de puro luxo”, com quartos tão pequenos que tinha que entrar com muito sono para encarar. Eles acharam que “suíte” deveria ser maior tipo a casa da mãe, e nunca imaginaram que seria tão pequena.
Para botar o cocho da ração na cozinha, tiveram que contratar um guindaste para içá-lo pelo lado de fora do prédio, porque não passava pela porta de entrada. Também estranharam que as paredes eram tão finas que ouviam até espirro dos humanos dois apartamentos adiante.
A essa altura, o Lobo Mau só esperou eles entrarem no apê para entrar arrombando a porta com uma só encostada do traseiro. Entrou e jantou porquinho assado com maçã na boca e tudo.
Moral da História
Boas mesmo eram as casas de antigamente.