O cão engarrafado

20 jan • NotasNenhum comentário em O cão engarrafado

Imitando o poema de Vinicius de Moraes “porque hoje é sábado”, resolvi antecipar essa sensação de final de semana para “Porque hoje é sexta”. Todos são cordiais nos sábados, deve ter pensado o poetinha ao lado do seu cão engarrafado, um bom uísque escocês muito gelo no copo imitando uma cascavel em fúria.

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A definição é dele, eu sou apenas o mensageiro. Então, hoje nada de seriedade, porque, embora sejamos todos filhos de Deus, alguns são mais filhos que os outros.

As incertinhas da semana

Diferente das “Certinhas do Lalau”, folhinha de mulher pelada dos anos 1960. Não que tenha sido uma semana de boas notícias, ao contrário.

Um monstrengo chamado Americanas entrou em recuperação judicial, deve 43 bilhões de reais. E sabe-se lá quantos ratos se escondem nessa toca.

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Quando maior é a toca, mais ratos cabem. E vá fazer a contabilidade de uma empresa dessas.

As toalhinhas do cabaré

Um cabaré de luxo de décadas passadas tinha movimento 24 horas. Por volta de 1967, o Leão entendeu que a casa estava sonegando renda e que o faturamento era muito maior que o declarado.

Esse tipo de negócio, vocês sabem, na época era pago com grana viva. O cheque não rolava. A única instituição do ramo que os aceitava, antes do advento da internet e suas facilidades, eram os motéis. Imagina passar um cheque borrachudo numa casa dessas, e a perpétua descobrir porque exigiam o telefone de casa no verso.

 Surra com toalha molhada deve doer. E não deixa marcas.

Leão de lavanderia

Voltando à vaca fria… A dona da boate insistira que era isso mesmo, não tinha rolo, essa coisa toda. Então o Leão deu uma de Sherloque.

Contou o número de toalhinhas, fronhas e toalhas da lavanderia da casa. Dito e feito, era muito maior que o declarado. Toalhinha não mente, você sabe.

Bem, deu uma multa daquelas. A partir desse episódio, os motéis de Porto Alegre passaram a lavar o material de expediente em lavanderias terceirizadas. A dor ensina a gemer, não é mesmo companheiro?

A colônia de nudismo

Outras novidades da semana, afora a peladura geral, são as promessas que governantes repetem. Mas com correções do que foi prometido na campanha eleitoral. Então temos a promessa do A e a do B.

Existe uma ferramenta muito usada, afirmar: “Não foi bem isso que disse”. Para funcionar tem que ter cara de pau, madeira que não falta no galpão dos políticos.

A volta e meia

Certa vez, um político matreiro, desses que conserta relógio suíço com luvas de boxe embaixo da água, falou que o que parecia que ele tinha dito não fora bem assim, e que prometera justamente o contrário. É um aperfeiçoamento, sem dúvida. 

Madeira de lei

O patrono em vida dos cara de pau é Paulo Maluf com seu “Nego, o dinheiro não é meu!”, com as vogais bem abertas. Fez escola, mas é como aquele slogan publicitário muito usado nas décadas de 1950 e 1960: sempre imitado, nunca igualado.

A promessa da viúva

Contam que um político mineiro, de boa reputação e tido como sério, que estava à beira da morte, chamou sua bela e jovem mulher e fê-la prometer que nunca o trairia depois da sua morte.

A futura viúva jurou que permaneceria casta e jamais faria isso com ele. O mineirin, de apelido Tião, reforçou o pedido, prometendo que se ela o traísse ele daria uma voltinha no caixão.

Anos depois, foi a vez da viúva morrer em um acidente. Ao chegar no Céu, falou que era mulher do Tião, que o chamassem. O santo correu o dedo na longa lista dos condôminos.     

– Tião, Tião… achei!

Virou-se para o ajudante de ordens, um querubim.     

– Vê se me acha o Tião Piorra.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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