Sobre cabides e baleias

23 jun • NotasNenhum comentário em Sobre cabides e baleias

Nem mesmo duplas famosas escapam da cizânia. Na falta de outro assunto, a briga entre as cantoras Simone e Simaria ocupa as redes sociais. Uma chamou a outra de “gorda, baleia”, e em resposta ouviu “cabide, varapau”. Mas insistem que se amam. Imagina se não se amassem.

Foto: CanvaPró

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Sobre os aposentados

O Ministério Público Federal pediu à Justiça que a Caixa Econômica Federal pague R$ 5 bilhões em favor dos aposentados da instituição. O valor se refere aos prejuízos causados pela má gestão dos recursos aplicados pela Fundação dos Economiários Federais (Funcef).

Bitcoins e bolsa

Segundo Mark Mobius, veterano gestor de criptomoedas, elas viraram termômetro do sentimento do investidor na renda variável.

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Então…

…qual destas três representa e interessa ao Brasil real? Certamente não é a última, a segunda interessa aos funcionários da Caixa e a primeira sim, é o Brasil real discutido nas redes sociais tratando de fofocas do mundo da música prá lá de popular.

Se um aposentado do INSS ler a nota, ele para quando o texto diz ..”aposentados da instituição”. Não é para o bico dele, embora ele seja o rabo de sardinha da sociedade.

O Brasil profundo gosta de novelas e, principalmente, a fofoca dentro das novelas. Aplicações em criptomoedas já esbarram na definição. Quantos sabem o que vem a ser essa moeda?

Erro macro

Vale o mesmo para as pesquisas. Grupos no WhatsApp que votam no mesmo candidato tendem a achar que esse microcosmo é expressão do macrocosmo, do universo brasileiro. Não é, nunca foi e nunca será.

O curioso é que os bolsonaristas brigam mais entre si que os lulistas – se é que eles brigam entre si. Esse tipo de visão é a explicação para um sem número de desilusões quando confundem desejo com realidade.

Mais interessante ainda é que essas visões errôneas se dão mais entre pessoas com salários altos ou com renda anual líquida acima dos sete dígitos.

Já a briga de Simone e Simaria essa sim, agrada o povão que ganha de seis dígitos anuais para baixo. Esse é o Brasil real, o que vota e, de vez em quando, vai no embalo dos ditos formadores de opinião. Na crença do humilde, um sujeito que ganha mais de um milhão por mês nunca ou pouco erra. Ele vai no embalo, mas até por aí.

Os perigos por aí

Sabem qual é o xis da questão? Saber quantificar o “mas até por aí”. Em resumo, essa visão torna mais clara como não confiar cegamente nas pesquisas. Mas, ao mesmo tempo, permite aos iluminados que vão além dos números acertarem mais que a média. Tecnicamente falando, interpretam números aparentemente contraditórios, mas que estão longe disso. Isso se chama intuição política. O cara bota o olho e acerta mais que erra.

O último dos moicanos

Antigamente se dizia que de sermão de padre, de barriga de mulher e sentença de juiz não se sabia o que sairia. Hoje já tempos a ecografia, então, restam duas dúvidas. Sabendo da orientação ideológica da Igreja Católica, só resta a dúvida sobre a sentença do juiz.

Questão de ordem

Em regra sabe-se o que sairá na sentença de ministro do Supremo.

Pobreza de cardápio

Nunca vi como jornalista um período tão monótono como esse de agora. Parece contraditório, mas não é. Chama-se pobreza de cardápio: Petrobras, combustíveis, inflação, falas de políticos que se conhece de antemão quais serão, Lula e Bolsonaro, custo de vida e renda baixa.

Comparo esse cardápio ao famoso trio de galeto que se come no Sul: galeto, maionese de batata e massa; massa, galeto e maionese; maionese, massa e galeto. 

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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