O boi caro que barateou

9 nov • NotasNenhum comentário em O boi caro que barateou

Em conversa com colegas, falamos de comida barata e comida cara. Restaurantes estão caros, até mesmo bufê de comida a quilo tem que ser bem escolhido.

A carne é um fator que encarece, concordamos. Mas eu levantei uma lebre: ela FOI cara, hoje o quilo do boi vivo caiu de 7 reais para 5 – para o pecuarista.

Por que não caiu para o consumidor é outro papo. A cadeia da carne é longa, e, a cada etapa, encarece mais o produto final.

https://promo.banrisul.com.br/bdg/link/consignado.html?utm_source=fernando_albrecht&utm_medium=p_blog&utm_campaign=consignado&utm_content=escala_600x90px

Vocês estão pensando nos supermercados como vilões, certo? Já foram. Hoje eles fazem das tripas coração para não perder clientes para a concorrência.

Também tinha essa visão. Mas mesmo que este elo da cadeia a encareça há um outro culpado: os próprios restaurantes e bufês.

Começou na pandemia, quando o baixo fluxo de consumidores obrigou as casas a não só reduzir as porções, como utilizar cortes de segunda ou terceira categoria. Por isso, o guisadinho subiu. Por isso que a carne de frango – galinha – é tão ofertada que chega a enjoar.

Cair para Cima

Passada a pandemia, o público voltou ao normal e, aos poucos, os estabelecimentos passaram a ter movimento maior. Só que o grosso deles não voltou a porções de antes e nem mesmo deixou de usar cortes menos nobres, continuando então a ditadura da galinha.

https://cnabrasil.org.br/senar

Mas o preço não caiu, ao contrário. Inflação, custo de vida, tomate, cebola, legumes e hortaliças subindo sem parar. Nunca vi ninguém baixar prato em bufê.

Parágrafo único: no Brasil, a Lei da Gravidade funciona ao contrário, sempre cai para cima. Foi neste momento que levantamos outra lebre escondida na moita.

A salvação pelo mar

Pode-se comer muito bem usando outros ingredientes e dispensando o que encarece, como sobremesas e uma oferta de petiscos e comidinhas que ninguém come ou come pouco. Dei um exemplo prático, com a ressalva que não pode ser todo dia.

Ovos são baratos, e ovos mexidos ou simplesmente cozidos são fonte de energia (gema) e proteína (clara). Outra comidinha é a sardinha em lata. Custa barato, já tem azeite, não gasta gás, não exige refrigeração, basta um pãozinho de cebola e tomate. Feito. Seu estômago baterá palmas.

As palmas do estômago

Comprei meia dúzia de latas, um tomate, uma cebola e dei a um sem-teto perto de casa, que tem um cão muito bem cuidado. Disse a ele que nem esquentar precisava. Dias depois, ele me falou que tinha resolvido o problema do que comer quando a fome batia. Como diz o povo, feeeeito!

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

FacebookTwitter

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

« »