Novos rumos na Ipiranga
A reformulação societária anunciada pela RBS há cerca de um mês seguiu-se à informação oficial que a empresa terá um conselho editorial já a partir de amanhã. O publisher Nelson Sirotsky será, de fato, o comandante das palavras, letras e imagens do grupo.
O conselho não será figurativo, eis que é composto por pessoas como William Ling (Évora, plásticos em geral) , José Galló (Lojas Renner) e Anik Suzuki (ANK) entre outros de fora e de dentro.
Na tradução
Isso é o oficial. Na prática, o aporte de capital de investidores peso-pesados dá poderes totais a Nelson, que deve ou já comprou a maior parte dos irmãos e sobrinhos. O mais interessante é o que virá a partir de agora.
Ninguém vira publisher para não mudar nada e, no caso da ZH, é preciso. Alinhado com outros jornais, os leitores acham que hoje o jornal é de esquerda no sentido de querer fazer picadinho de Bolsonaro. Os ataques incluem certa má vontade com as boas ações do governo.
Delenda Bolsonaro
Destrua-se Bolsonaro, em latim, parodiando os romanos. Automaticamente, como não apostou claramente em outro candidato de centro, é de esquerda ou assim o é pelo menos até agora. E isso lhe custou um bocado de assinantes e leitores. Boa parte migrou para o Jornal do Comércio de Porto Alegre, o único jornal que está contratando.
A Esfinge
Esse importante passo futuro remete à mitológica Esfinge. Quem passasse na sua frente era recebido com uma frase que cabe como uma luva para a ZH: decifra-me ou te devoro.
Parágrafo único
Evidentemente que os negócios da RBS não se resumem à informação, mas é a porta de entrada para um futuro risonho e franco.
O fim do impresso
É palpite, não informação. A Zero Hora seguirá com a versão impressa enquanto o custo for coberto pelas assinaturas e venda avulsa.
Futuro do imperfeito
Ganhe quem ganhar, os problemas da Zero Hora por sua opção vão se intensificar. Isso porque o Brasil seguirá dividido, e fortes emoções nos aguardam. Qual opção editorial tomarão O Globo, Estadão e Folha de S.Paulo é outra boa pergunta.
Calúnia verdadeira
Nos anos 1970, tínhamos uma frase que precisa ser entendida no contexto: a função do jornal é alarmar o povo.