Nobel de Avestruz

17 nov • NotasNenhum comentário em Nobel de Avestruz

Com os jornalões e jornalinhos ocultando o máximo possível as manifestações, sem pagar mico junto aos leitores, e a maioria das redes dando zero prioridade para as imagens, o Brasil moderno merece o Prêmio Nobel categoria avestruz. Aquela ave que se diz enterrar a cabeça na areia quando se sente ameaçada.

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Reportagem Doril

Não precisa ser bolsonarista para lamentar o que considero um erro do tamanho de Everest: estamos contando a história como ela não é. Graças aos moralistas de cueca. Entre eles os que apoiaram, com firmeza, o movimento militar de 1964, com raras exceções.

E a Bíblia tinha razão

São sepulcros caiados, para usar uma expressão bíblica. E sepulcros que dependem das verbas do governo para não virarem defuntos de vez.

https://cnabrasil.org.br/senar

Todo esse quadro de precariedade de informação é agravado pela magreza das redações piorada pela pandemia. Por isso o que nos chega vem de terceira ou quarta fonte. Até o horóscopo  vem de terceiros.

De primeira, só o noticiário policial e olhe lá. Em boa parte das imagens vêm de leitores entusiasmados.

Então restam as redes sociais com mais fake news que informação credenciada. Então, socorremo-nos com os sites independentes.
É o cúmulo da ironia. Na Era da Informação, não a temos. Não de forma completa.

Agruras de um consumidor

Entrei numa cafeteria no bairro Moinhos de Vento e pedi meia taça café com leite, bem clarinha. Meia taça bem clarinha, confirmou ela. Veio uma taça bem escurinha. Esse é o Brasil desatento e sem noção.

A teoria dos 15

Nos anos 1960, o jornalista Ivan Lessa disse uma frase lapidar: de 15 em 15 anos, o Brasil esquece os últimos 15.  Os anos foram passando, e eu fui reduzindo de 15 para 10, de 10 para 5, 2 e um ano.

Hoje, a frase correta seria “de minuto”. E, depois dessa da moça que me atendeu, finalmente me caiu a ficha: de 15 em 15 segundos, o Brasil esquece os últimos 15 segundos.

Pessoas assim têm uma grande vantagem sobre nós normais. Só precisam ler um livro bom – se é que leem – ver um só filme bom e ouvir uma só música que para eles é boa. O mundo será totalmente deles em…15 anos.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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