No entardecer do feriadão

29 out • NotasNenhum comentário em No entardecer do feriadão

 A vida do dia a dia começa a murchar. Mesmo que não seja feriado, exceto para os funcionários públicos, que trocaram seu dia (28) pelo dia 1. O Brasil dormita, fica sonolento. Sempre ouço que notícia não faz feriado. No Brasil faz sim.

Os conchavos

Essa instituição política gosta de intermédios para preparar futuras camas-de-gato para inimigos e, principalmente, para amigos. Político detesta concorrência quando se coloca na vitrine, ainda mais em ano pré-eleitoral.

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Mas há exceções. Quando lhes convém tomar chá de sumiço, convidam parachoques de prontidão, papagaios de pirata loucos por uma chance para aparecer. São da família cujo lema é “De graça, até injeção na testa”. Outra grande família é a “Falem mal, mas falem de mim”.

Zumbilândia

Quase que diariamente os meios de comunicação ressuscitam algum morto-vivo político. O sujeito já está podre, mas ainda fala.

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Escondidinho de político

A regra nas redações é dar trela a quem já é famoso ou conhecido, porque se julga que eles são o caminho, a verdade e a vida. Vocês já viram, em algum momento, a imprensa garimpar políticos promissores do andar de baixo e dar voz e vez para eles?

Tragédia grega

Tanto que o cinemão de Hollywood anda carente de boas histórias que a realidade despejou uma inédita e fora dos desgastados arquétipos de sempre. Um ator famoso manuseia uma arma que julgava estar descarregada, atira, mata a diretora do elenco, fere outro da equipe. Desgostoso, abandona a profissão e vai viver atormentado até o fim dos seus dias. Nenhuma ficção chegaria perto dessa tragédia ampla.

Deu no Face

Vi numa farmácia que as fraldas Pampers garantem 12 horas de sono. Vou largar meus remédios e dormir de fralda.

Deu na TV

Vi comercial de liquidificador garantindo  que ela é inteligente. Mas não deram o QI dele. Certamente é maior que o do cara que bolou o comercial.

Deu no hospício

Que há vida inteligente na Terra.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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