Namoro

7 mar • A Vida como ela foiNenhum comentário em Namoro

Perguntaram-me o que se fazia às quartas-feiras em décadas passadas. Namorava-se, digo eu. Até os anos 1960, era um dos dois dias em que se saía com a namorada, ou se podia namorar na casa dos pais dela. Nunca na do namorado. 

Esse conhecimento e confiança acontecia aos poucos. Quando, então, a mãe dela convidaria o rapaz para o jantar.

https://www.veloe.com.br/banrisul?utm_source=fernando_albrecht&utm_medium=p_blog&utm_campaign=tag_banrisul&utm_content=escala_600x90px

O outro dia do namoro era sábados à noite, com direito a uma reunião dançante no clube social ou nas incipientes boates durante. Claro, desde que não avançasse madrugada adentro, como regra. 

Isso na cidade grande, onde essas coisas de pegar além das mãos eram mais fluidas. Tanto nas quartas quanto nos sábados os namorados eventualmente voltavam para os do bar-chope da sua predileção.

https://cnabrasil.org.br/senar

A partir do final dos anos 1960 início dos 70, aconteceu uma coisa curiosa na cidade grande. Em vez de sábados, muitos escolhiam as sextas à noite para namorar.

Presumo que fosse por causa da carga horária cada vez mais exigente. E, depois da sexta, vem o sábado, dia de ficar um pouco mais na cama. Osso na cidade grande.

No interior e nas colônias, tudo era mais rígido. Na nossa, então, era dureza total. Além da óbvia, se é que vocês né captam.

Nas vilas, o namoro se iniciava depois da missa ou culto dos domingos. Olho no olho, olhinho furtivo, um leve roçar no vestido.

www.brde.com.br

Depois de um bom tempo, o rapaz pedia ao pai dela licença para namorar e, posteriormente, para namorar na casa. Inicialmente às vistas dos pais.

Num segundo estágio, o casalzinho podia ir para a cozinha com fogão a lenha para esquentar o que já estava quente. Mas não era assim, sem vigilância.

O irmãozinho menor dela dava uma espiada pela porta entreaberta. Mas o ideal era aquela tia solteirona, que fazia relatório com sinal de “perigo, perigo!’.

Estou firmemente convencido que a taxa de natalidade nas colônias alemãs seria bem maior se não houvesse espionagem da tia solteirona. E naquele tempo não tinha camisinha…

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

FacebookTwitter

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

« »