Mutatis mutandis
CAFONICES…
Má substituição imposta pela teledramaturgia. Cafona, que foi nome de novela da Globo, era cafona e estávamos conversados. Veio outra novela com o nome Brega & Chique, algo inusitado: a segunda palavra elimina a primeira. Os tempos antigos eram mais preto no branco, sem subtexto.
…BREGUICES
Então, qual teria sido o marco zero da breguice chique? Engana-se quem acha que foi a moda de tênis com terno. Muito antes, entre 1972/3, o cantor Waldyck Soriano conquistou corações e mentes da mulherada da alta burguesia que viam nele um Adonis com correntinha de ouro. De preferência cantando a música “Eu não sou cachorro não”.
PESO EXTRA
Vamos prestigiar a cafonice brasileira. Correntinha de ouro a plebe ignara só botava no pescoço se fosse com medalhinha de santo. Então os bicheiros cariocas lançaram a moda do correntão de ouro, com ou sem santos. Alguns até ficaram corcundas.
SALTOS ALTÍSSIMOS
Sinceramente, salto alto deixa a mulher mais elegante, mas salto altíssimo a transforma em caminhão baú. Se passarem debaixo de um viaduto, podem ficar entaladas.
GRANDES VERDADES
Ex-prefeito de Cocal, Piauí, foi à convenção do MDB desancar o seu sucessor, o tucano Rubens Vieira. La pelas tantas inflamou-se e disse ao microfone “não roubei tanto quanto esse aí roubou”, referindo-se ao tucano. Sincero, o rapaz. Também pode ter sido modesto.
COMO DIZIA…
…o personagem Justo Veríssimo, do Chico Anísio, “Eu sou, mas quem não é?”
SEM FALAR…
…em outro personagem, desta vez Viva o Gordo, do Jô Soares, que mostrava uma gaiola onde não se via que bicho era, mas era chamado de Corrupto.
COMO DIZIA…
…um grande vigarista de Porto Alegre, “posso ser tudo, mas pelo menos não sou corrupto”.