Mutatis mutandis

9 set • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Mutatis mutandis

Se pode complicar, para que simplificar? Os bafômetros agora são chamados de etilômetros no politicamente correto alcoólico. O que antigamente era chamado de cafona agora é brega. Como se pinguim na geladeira notasse a diferença.

CAFONICES…

Má substituição imposta pela teledramaturgia. Cafona, que foi nome de novela da Globo, era cafona e estávamos conversados. Veio outra novela com o nome Brega & Chique, algo inusitado: a segunda palavra elimina a primeira. Os tempos antigos eram mais preto no branco, sem subtexto.

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…BREGUICES

Então, qual teria sido o marco zero da breguice chique? Engana-se quem acha que foi a moda de tênis com terno. Muito antes, entre 1972/3, o cantor Waldyck Soriano conquistou corações e mentes da mulherada da alta burguesia que viam nele um Adonis com correntinha de ouro. De preferência cantando a música “Eu não sou cachorro não”.

PESO EXTRA

Vamos prestigiar a cafonice brasileira. Correntinha de ouro a plebe ignara só botava no pescoço se fosse com medalhinha de santo. Então os bicheiros cariocas lançaram a moda do correntão de ouro, com ou sem santos. Alguns até ficaram corcundas.

SALTOS ALTÍSSIMOS

Sinceramente, salto alto deixa a mulher mais elegante, mas salto altíssimo a transforma em caminhão baú. Se passarem debaixo de um viaduto, podem ficar entaladas.

GRANDES VERDADES

Ex-prefeito de Cocal, Piauí, foi à convenção do MDB  desancar o seu sucessor, o tucano Rubens Vieira. La pelas tantas inflamou-se e disse ao microfone “não roubei tanto quanto esse aí roubou”, referindo-se ao tucano. Sincero, o rapaz.  Também pode ter sido modesto.

COMO DIZIA…

…o personagem Justo Veríssimo, do Chico Anísio, “Eu sou, mas quem não é?”

SEM FALAR…

…em outro personagem, desta vez  Viva o Gordo, do Jô Soares, que mostrava uma gaiola onde não se via que bicho era, mas era chamado de Corrupto.

COMO DIZIA…

…um grande vigarista de Porto Alegre, “posso ser tudo, mas pelo menos não sou corrupto”.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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