Morte anunciada
Alguns jornais grandalhões estão fazendo tanta força para perder leitores que passam a ideia que querem uma desculpa para fechar. Em outras palavras, eutanásia.
Começou na briga com Bolsonaro, em 2020. Agora, são mais realistas que o rei em matéria de peste. Tenho visto coisas que nem nos meus pesadelos mais loucos tiveram espaço. Colunistas de Economia falando de política, colunistas políticos falando de medicina.
A não ser que o fígado tenha tomado conta da cabeça, entupir todas as páginas e colunas com malhação de Bolsonaro é como brigar com a torcida do Grêmio ou do Internacional. Quer dizer brigar com metade dos leitores.
Chocolate amargo
Gramado vem colecionando um bocado de infortúnios. Não bastassem as infecções e o do número de mortes pelo covid-19, as lojas de chocolates não podem mais abrir. Idem em Porto Alegre e outras cidades do interior.
Mas supermercado podem. Entretanto, chocolates diferenciados têm pouco espaço nas gôndolas, se é que os vendem. E quem acha que aquelas barras de marcas linha bastantão são chocolates diferenciados, nunca comeu chocolate de verdade.
Os grandes vencedores
No fim, entre os que mais conseguiram transformar limão em limonada são eles. Às vezes, involuntariamente.
Ele voltará?
Com a última presepada do Supremo, Lula tem chance de reaver seus direitos políticos e concorrer em 2022. Basta a PGR não recorrer ou o conjunto dos ministros ratificar a decisão de um só ministro, Edson Fachin. E mesmo que dê errado, Lula pode sofrer as benesses da prescrição, eis que tem 75 anos. É uma das únicas coisas boas da velhice, essa e não cumprir pena em celas fétidas de presídios caso tenha aprontado.
Crime
Salvo isso, quero lavrar meu mais veemente protesto com a definição “melhor idade”. O cara que a inventou era um cretino. E se foi mulher, é cretina igual. Trata-se de crime hediondo.
A rainha do furo
Chama-se Giane Guerra e escreve para o jornal Zero Hora. Ela dá detalhes sobre o bairro planejado do grupo Multiplan – leia-se Isaac Peres e também BarraShopingSul – que terá 18 torres, lago artificial entre outras atrações.
O complexo todo foi batizado de Bairro Golden Lake, mas 18 torres são divididas em sete condomínios. A área do terreno totaliza 160 mil metros quadrados que pertenciam ao Jockey Club. O primeiro a ser lançado foi chamado de Lake Victoria e terá quatro torres, que ficam de frente para a rótula da Avenida Diário de Notícias com a Avenida Guaíba. Os apartamentos terão de 299 a 732 metros quadrados.
Liberação a fórceps
Aqui entro eu, testemunha ocular da história. A liberação da enorme área constou no Diário Oficial do Município nos últimas dias do mandato do prefeito Raul Pont. Para construir a loja âncora do shoping, o Big, a Multiplan sofreu maus bocados. Os vileiros próximos cresciam em número a cada dia porque o grupo construía um conjunto residencial, então vinha gente até de outras cidades para ganhar uma boquinha perpétua. Começou com 200 e poucos moradores e mais que dobrou. Foi aí que a Multiplan deu um basta. Ou essa enchente parava ou ela desistiria do empreendimento. As torres seriam uma terceira etapa.
O poder do croquete
Conste em ata que o executivo da Multiplan chamava-se Spinelli, que depois saiu da empresa. Conversei com ele várias vezes. Afligia-se com as exigências absurdas do poder público. Uma das moradoras, que vendia croquetes de porta em porta, entrou com ação por lucros cessantes. Levou.
Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.
