Lenda dos milhões

8 abr • A Vida como ela foiNenhum comentário em Lenda dos milhões

Colaboração de Davi Castiel Menda- In memoriam

Sempre que a Mega Sena acumula, a família comenta o fato é que invariavelmente o mais novo pede ao pai que aposte tentando ganhar os milhões prometidos. O objetivo primordial do garoto seria ganhar um carro do pai, na suposição de que esse apostasse e ganhasse o prêmio. Entretanto, o pai jamais se comoveu a ponto de aceitar a sugestão.

Tanto o filho insistiu, que, em determinado dia, ele o levou até a Arena do Grêmio, que o jovem ainda não conhecia. (A estas alturas, você deve estar se perguntando, o que a Arena do Grêmio tem a ver com a Mega Sena? Calma…). Mostrou-lhe o campo – dimensões FIFA – com aquele gramado lindo, verdejante (grama Tifgrand), e fez-lhe a seguinte proposta:

– Vou colocar uma venda nos seus olhos enquanto entro no campo. Em algum lugar qualquer, aleatoriamente, vou pintar um quadradinho (azul, evidentemente) com pouco mais de um centímetro de lado. Quando eu voltar, você, ainda de olhos vendados, vai atirar uma moeda dentro do campo. Se essa moeda coincidir exatamente – mas tem que ser exatamente mesmo – com o centro do quadrado que eu pintei, prometo lhe dar o automóvel que você tanto vem me pedindo.

O filho tirou a venda, furioso, afirmando que isso era impossível, que ele poderia ficar ali a vida toda tentando que jamais acertaria, ao que o pai retrucou:

– Mas é exatamente a chance que alguém tem de acertar a Mega Sena, que você tanto pede que eu aposte. Acompanhe o raciocínio: se o campo tem 105 por 68 metros, a sua área é de 7.140.000.000 mm2. Se dividirmos o campo em 50.063.860 de partes (número que corresponde às chances de acertar a Mega Sena), o quociente será pequenos retângulos de aproximadamente 12mmx12mm. Você tem certeza de que não quer tentar acertar (de olhos vendados) uma moedinha neste quadradinho?

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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