Lei das Pessoas Físicas
Depois de um certo reconhecimento público como formadores de opinião, jornalistas e colunistas passam da condição de pessoa física para pessoa jurídica e como tal é tratado. Não estou falando em remuneração, mas de prestígio que o transforma em instituição.
Entretanto, no momento que ele sai, se demite ou é demitido do veículo, passa novamente a ser pessoa física.
É interessante observar que essa condição também serve para outras profissões e empresas de serviços como agências de propaganda. Também o sucesso serve como balizador de respeito e reputação para atrair novos clientes.
Nos anos 1970, perguntei ao publicitário Hugo Hoffmann, dono da respeitada Mercur Propaganda, qual era o capital da empresa e quanto ela valeria caso houvesse interesse de um concorrente. Ele apontou para o elevador.
– Meu capital sobe desce neste elevador todos os dias. Enquanto eu for bem, meu capital também vai. E, consequentemente atrai interesse de rivais.
Anotei mentalmente essa observação e nunca mais a esqueci. No caso de outras empresas, a marca vale enquanto ela for bem. No momento em que ela se rastrear, o valor da marca desaba.
Veja-se o caso da Varig. Seu prestígio era enorme, mas quando ela quebrou – na realidade, foi quebrada – a marca virou pó. Embora muita gente achava que ela ainda tinha valor de mercado na casa de bilhões.
Na real, não valia nada. Mas aí entra um componente psicológico: ninguém aposta em cavalo que já quebrou uma perna.
Como metáfora, uma empresa vale quanto voa. Claro que há exceções, como em tudo, mas a regra é essa. A vitória tem muitos pais, mas a derrota é orfã.
Não há glória em quem se dá mal. E o dinheiro procura um útero que possa gerir para gerar muitos dinheirinhos, como filhotes de coelho.