Idosos de 50 anos
Chegar aos 40 anos era uma proeza na Europa do século XIX. No Brasil da metade do século XX com a alta mortalidade infantil, ao chegar aos 40/50 já merecia um foguete, dúzias se chegasse e passasse dos 70. Nos meus tempos de piá, alguém fazer 50 anos era como os 90 hoje. Nos dias que correm, a gurizada acha que alguém com mais de 30 é coroa, mas é bem coisa de quem acha que ficará muito jovem para sempre. Ai já é falta de noção.
Ao pesquisar cartórios de registro de nascimento durante as primeiras levas de imigrantes alemães nas colônias, o historiador Moacy Ribeiro, um dos meus preferidos, descobriu algo intrigante: não era incomum famílias registrarem dois filhos com o mesmo nome, João de Tal.
Porque um dos dois morreria ainda criança, tal era a mortalidade infantil.
PS: se existe algo irritante nos jornais, uma entre várias, é repórter escrever que fulano ou fulana vítima de algum crime ou acidente de 60 e até menos era “idoso”.
Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.
