Grande amor, amor impossível

13 set • NotasNenhum comentário em Grande amor, amor impossível

Em todos os amores que, por um motivo ou outro, não puderam ser efetivados, sempre surge como efeito colateral o amor eterno. Eterno como Romeu e Julieta, cujas famílias não queriam a união dos dois pombinhos alvoroçados.

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O cinema e a literatura estão cheios de casos semelhantes, amores interrompidos com casamentos com outra pessoa que não a amada, mas ficou aquele sentimento de frustração, melancolia e saudade do que poderia ter sido. Ambos eram jovens e bonitos e pelo menos um dos dois chega à velhice suspirando pelo amor que perdera quando jovem.

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Na cabeça dos enamorados, não existe idade, nem celulite, nem doença.
Todos nós já tivemos amor ou amores impossíveis porque não consumados.

Em toda a família ou entre amigos conhecemos casos assim, o suspiro eterno por aquilo que poderia ter sido. Nas relações sociais e profissionais e até nas políticas é a mesma coisa.

SE o candidato tal fosse eleito, o que teria sido do futuro do país? SE Noé não tivesse a arca, como ficariam os casais de animais que ele salvou, mesmo eufemisticamente? Se Napoleão não tivesse perdido em Waterloo. o que seria da Inglaterra?

A História é um conto cheio de som e fúria, narrada por um idiota significando nada, já disse  o Bardo em Hamlet. Grande e suprema frase. Não há final feliz como nos filmes, e, por isso, gostamos tanto deles.

Às vezes a história perde a graça exatamente pela produção exigir um happy end. Mas vem outra pergunta: e SE os casos clássicos de amores impossíveis tivessem se tornado possíveis, como seriam esses casais na velhice? E os amores que se tornaram possíveis na literatura, como terminariam?

A inocência da bruxa

Vejamos Branca de Neve e os sete anões. Transportado para o presente, a bruxa que envenenou a maçã (transgênica modelo Gala) de Branca seria absolvida por falta de provas. O MP acusaria o produtor da maçã de usar agrotóxicos que até dispensavam veneno alheio. Os sete anões entrariam na Justiça do Trabalho acusando o Príncipe e dona Branca de trabalho escravo, não pagamento de horas extras e adicional noturno mais juros e correção.

O Príncipe teria arrumado uma amante e, com o tempo, perderia a bela. Ficaria careca, barrigudo e com uma verruga enorme no nariz.

A guampa do Príncipe

Branca de Neve ficaria suja de fuligem por limpar a casa e o fogão, peitos caídos até a cintura. Com outros sete filhos remelentos agarrados na sua saia pedindo Kinder ovo ou KitKat e um videogame da moda. Um deles pelo menos sairia da adolescência puxando fumo.

Na solidão do seu quarto, enquanto o príncipe enchia a cara de vinho barato e ficava com bafo de urubu depois de comer carniça, lamentaria os anos perdidos com aquele fiadamãe do marido imprestável. Ele não deveria ter tirado a maçã da sua boca, como no conto, e se isso não acontecesse lamentaria não ter pulado a cerca quando ainda era jovem e bonita. Aquele idiota merecia uma boa guampa.

Outros contos infantis com final feliz teriam final infeliz. A casa de concreto dos três porquinhos não resistiria a uma brisa. Nem precisava o lobo tentar derrubar porque fora comprada pelo Minha Casa Minha Vida. Sem falar no IPTU  e ficar em bairro QG do crime. Agora pense no início de todos nós, Adão e Eva.

O amor de Adão antes de Eva

Antigos escritores judaicos dão conta que Adão teve outra mulher antes de Eva, Lilybeth, que foi por ele descartada. Então surgiu o causo da Eva, da serpente e da maçã.

Imaginem se ele ficasse com Lilybeth ou, Lisbeth conforme a tradução. Teria ela caído no golpe da serpente? E os filhos deles, seriam boas biscas ou gente fina?

Nunca saberemos. Certo é que os filhos de Adão e Eva, como querem os religiosos criacionistas, praticaram incesto para se multiplicar. Muito mais tarde, os faraós do Egito acharam a ideia muito boa. Deu no que deu.
Melhor deixar assim. Poderia ser tudo muito pior, pior do que já é.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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