Enquanto seu lobo não vem…
Acho que deve fazer mais de 20 anos que não uso o termo “estarrecido”. Eu, pelo menos, não me estarreço mais depois de ver muito boi voar e passarinho pastar.
Ficar estarrecido é sentindo de quem nasceu ontem e, à sua maneira, não viu, não ouviu ou teve contato físico com esse nosso Brasil. O nosso querido país é como aquele filme, que, de tão ruim, ficou bom e até vira cult.
Mas ora vejam só
É o mais perto do estarrecimento que me vejo. Um caso acontecido no feriado foi um exemplo disso. Motoqueiro e carona que participavam de uma manifestação por Nossa Senhora Aparecida, em Porro Alegre, trafegavam na contramão e bateram numa viatura da Brigada Militar.
Para botar cereja no topo do bolo, ambos tinham antecedentes criminais. Quer dizer, tentativa de suicídio.
Em casos assim, e não digo que foi neste, a explicação é o hábito de fumar. Fumar maconha. Bobeira é o esporte preferido dos brasileiros que jogam na Seleção dos Sem Noção.
Eleições
Quem se coloca numa posição de observador verifica que há todos os tipos de cálculos sobre quem vencerá o segundo turno na eleição para presidente. E nenhum deles inspira confiança…
Tem de tudo, desde cálculos de quantos votos migrarão de candidatos derrotados no primeiro turno para Lula ou Bolsonaro. Esqueceram de avisar e calcular os que se abstiveram no primeiro
Desejo e realidade
Gentes, como diziam os universitários engajados dos anos 1970, menhum instituto de pesquisa se arriscou a entrar nesse campo de mio-mio, uma planta que deixa gado maluquete se a comer.
E, se arriscarem, é na base do chute. São 20% os sócios nesse clube. Ambos os lados acham que votarão neste ou naquele por sentir bafo na nuca no que deixaram de votar.
Será a mesma porcentagem do primeiro turno, mais o menos?
Mistérios que a vã filosofia…
…não explica. Como o Ipespe, antigo Ibope, conseguiu que Bolsonaro caísse 7 pontos um dia depois de fazer 47% na urna, contra 52% de Lula? Se eu ainda ficasse estarrecido, ficaria ao ver os números deste trabalho.
Fantasmas de bar
Quem não tem conversa de bar não entende o Brasil. É meu lema. Bar no sentido metafórico.
Eu tenho, da volta do Mercado Público ao pessoal de punhos de renda do Moinhos de Vento. Mesmo assim, ainda não decifrei o papo em toda sua plenitude.
Você consegue traçar o contorno de um fantasma, mas não pode vê-lo, posto que é um fantasma. Fantasmas são como uma nuvem. Olha está de um jeito, olha se novo está de outro.
Mesmo sendo o que são, a forma mais aproximada da realidade, fantasmas reais existem. Um bom papo com eles enriquece o saber. Mas convém não esquecer que, se o povo fosse sábio, não seria povo e moraria em duplex com cobertura em bairro nobre.
Já quem mora em duplex em bairro nobre não entende o povo que mora em apartamento de 40 ou 50 metros quadrados com muito mês antes de receber o salário. Não durariam uma semana antes de gritar por socorro.