Em desespero de causa

30 jul • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Em desespero de causa

Conheço um bocado de donos de restaurantes e cafeterias, e tenho conversado com muitos deles e outros têm me ligado. Olha, depois de mais de 50 anos de profissão, sou muito bom na arte de detectar falsas emoções. Desta vez, a choradeira é com lágrimas de verdade. Não se finge voz embargada.

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Eles imploram que eu publique algo que atinja o coração do prefeito. Imploram que ele permita que possam abrir em horário reduzido, tipo entre 11h e 17h. Mesmo com tele-entrega, contam, não conseguem nem pagar o mínimo do mínimo. E, ao contrário do que se pensa, pouquíssimos sobreviventes têm gordura acumulada para resistir por mais um mês, se tanto. E aí, faz o quê?

PARÊNTESES

Se já existia o pague-leve, por que essa macaquice de botar em inglês? Todo mundo fala mal dos americanos, mas só sabe imitá-los.

DE VOLTA

Uma cafeteria que serve também lanches rápidos e almoços leves foi obrigada a entrar no pague-leve. Mesmo baixando o preço, só vende seis almoços por dia. Não precisa um especialista para enxergar que vai mal a coisa.

Não é informação, é palpite. Se até semana que vem o prefeito Nelson Marchezan não permitir que se abram as cortinas, a cobra vai fumar. 

RÁDIO CORREDOR

Aí me dizem que ele permite a reabertura desde que o governador Eduardo Leite mude a cor da bandeira para laranja. A questão é que ambos são reféns dos especialistas, sempre eles.

DIA DOS PAIS E MÃES

Então tem o Dia dos Pais. Não o dia do Pai, é no plural. Quando falamos “pais” significa pai E mãe. Com todo respeito, mãe tem duas datas comemorativas e pai tem uma dividida por dois. Sem falar no Dia da Sogra, mas neca para o sogro.

MUNDO, TRISTE MUNDO

Décartes dizia “trocaria tudo que sei por metade que não sei”. De minha parte, não sei mas nada exceto uma coisa: todo mundo endoidou de vez.

E AGORA, JOSÉ?

Quem disse foi o jornalista Humberto Trezzi, de ZH: apesar da explosão de venda de armas no governo Bolsonaro, o número de mortes por armas de fogo diminuiu. Puxando assunto paralelo: durante os anos Lula, quando a renda se ampliou, a criminalidade aumentou, contrariando a eterna tese da esquerda que crime diminui quando a economia vai bem.

PANDEMIA  DE ESPECIALISTAS

Os brasileiros se dividem em grupos. Hoje, são os especialistas e os não-especialistas. Os primeiros podem falar sobre qualquer coisa, do vírus, como sair da crise, como reerguer sua empresa, como melhorar suas vendas.

OS DEUSES DA RAZÃO

Mas a raça dominante é a dos especialistas em vírus. Eles são invocados até quando não existem. Sabem tudo de pico, curva, isolamento e coisas assim. Se um membro da ralé, os não-especialistas, ousa duvidar deles, pedem até a pena de morte para o atrevido.

DE GANSOS A PAVÕES

Os especialistas costumam ser de esquerda. A plebe ignara é de direita. Por isso se metem de pato a ganso, os desaforados. Especialista tem canudo; ao recebê-lo, automaticamente se torna um deus. A representação pictórica e um canudo de onde saem penas de pavão.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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