Doença altamente contagiosa
Nunca fui muito de acreditar em horóscopo, mas confesso que o chinês tem aspectos interessantes. Para eles, 2023 é o Ano da Lebre, animal esperto e furtivo como seu primo-irmão, seu Coelho. Coelho sai da toca quando quer, lebre é rápida para sair e correr.
Quando alguém diz que levanta uma lebre é porque tem linguiça debaixo do pirão. Quando se diz que desse mato não sai coelho, certifique-se de que está nele.
O que tem a ver? Ocorre que ontem o presidente do Peru fechou o Congresso, colocou o Judiciário “em recuperação judicial” como se empresa fosse. Ou seja, nenhuma novidade em se tratando de América Latina. Meu temor é o contágio.
Desse mato pode sair coelho, e esses tempos são de ficar com uma lebre na cabeça.
Com investimento superior a R$ 15 milhões e com uma infraestrutura moderna, a Faculdade Moinhos de Vento inaugurou sua nova sede educacional nesta quarta-feira (7). O local, que conta com 2.627 metros quadrados, o dobro da área da sede atual, fica no prédio 5 do Shopping Total, em Porto Alegre.
Com localização estratégica, próximo do Hospital Moinhos de Vento, tem capacidade para receber 1,2 mil estudantes por dia, nos três turnos de funcionamento da instituição.
\uma viagem no tempo
O que sempre me impressiona não é tanto o aparecimento de novas tecnologias, mas a velocidade com elas surgem. E a velocidade com que se tornam obsoletas como brinquedo de criança de um ano para outro. Agora, de um mês para outro. E, em breve, de um dia para outro.
Chegaremos ao ponto de bater no muro, as coisas já nascerão obsoletas. Então chegará o tempo de voltar para trás, chegar no ábaco, na tabuada, na trigonometria, na álgebra, na tábua de logaritmos, como eu peguei nos anos 1950, a geração que usava lápis, papel, borracha caneta Parker 51 de tinta, azul lavável. Caligrafia obrigatória em papel pautado, com caneta bico de Pato, mais larga para espalhar a tinta.
Em uma perspectiva histórica, 70 anos é um segundo. Para ter chance de um emprego decente você precisava saber datilografar e ser firme em cálculos. Quando entrei como boy no Banco da Província, na época chamado contínuo, surgiu uma novidade, a calculadora manual Facit, que, em três anos, virou elétrica. Dois anos mais tarde, os caixas operavam uma complexa calculadora que tirava até raiz quadrada.
Em 1947, o primeiro computador gastava energia suficiente para suprir uma cidade de cinco mil habitantes. Nos anos 1990, surgiu o computador 286 nas redações. Hoje, computador só não é menor porque precisamos colocá-lo na palma da mão.
Então chegamos ao ponto engraçado. Os computadores cada vez menores e os smartphones cada vez maiores.
Lembre-se que o computador usado na Missão Apolo, que levou o homem à Lua em 1969, equivalia a um mísero 286 dos anos 19906.
Quando o Muro estiver próximo, talvez eu ainda esteja vivo. Também não sei qual seria a vantagem.
Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.
