Do torresmo à schimia

7 nov • NotasNenhum comentário em Do torresmo à schimia

Visitar a Feira da Agricultura Familiar em Porto Alegre, no Largo Glênio Peres, é sempre prazeroso. Você encontra chimias, geleias, linguiças defumadas, méis, biscoitos e toda a sorte que o homem do campo produz desde que fincou pé em linhas e picadas ou, principalmente, em municípios pequenos.

É uma chance para esse pessoal faturar algum. É verdade que nem tudo é artesanal. Já existem produtos industrializados, mas em geral são de pequeno porte.

Assim como existe a Lei da Pureza da Cerveja Alemã, que data da Idade Média, alguns produtos são feitos hoje como há uma centena de anos, especialmente embutidos e doces caseiros. Há coisa de 20 anos, conversei com o cônsul alemão em Porto Alegre.

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Sabendo das minhas origens, ele contou que seu passatempo favorito era pegar o carro nos finais de semana e percorrer as diversas colônias alemãs, onde encontrava produtos que desapareceram da Alemanha há décadas.
A explicação é simples. Quando os primeiros imigrantes alemães chegaram, em 1824, trataram de produzir comida sob as mais diversas formas, hábito que passou de geração em geração, tipo comidinhas da vovó.

É a mão da cozinheira que faz a excelência do produto, vocês sabem. Se a ordem de colocação dos ingredientes muda, muda o resultado final. Mesmo em coisas aparentemente triviais como colocar primeiro os ovos, depois a farinha – se inverter, dá zebra.

Pois o cônsul sabia que o isolamento – e preoconceito idiota por colonos alemãs e italianos – não deixavam interferências vindas da cidade grande adulterar o que na Alemanha existia há séculos.

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Uma das guloseimas que encontrei na Feira foi torresmo, comidinha da minha infância. Quando se abatia um porco, aproveitava-se tudo. Inclusive a bexiga, que virava balão.

O torresmo é o que se chama em lugares chiques de pancetta. desculpa para cobrar mais caro. É o bacon norte-americano.

Aliás, a banha de porco foi demonizada por mosqueteiros da saúde perfeita em detrimento de óleos vegetais. Após décadas, sabemos que hoje a banha de porco não faz mal. Além de dar outro sabor à comida qualquer que ela seja.

Ao contrário, certos óleos vegetais são perigosos. Se você gosta de cozinhar e comer bem, faça uma refeição trivial tipo feijão, arroz, bife, massa, carne usando banha de porco. Só não vai aprovar se suas papilas gustativas fugiram.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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