Distrito Erótico da Cristóvão (II)
Na edição de ontem, tratei das casas noturnas do início da rua Cristóvão Colombo, nos belos anos 1970. Comentei sobre a primeira uisqueria de Porto Alegre, o George’s. Pouco adiante, havia o belo bar Carcará, que depois se transformou em casa noturna, comprada que foi pelo bajeense Waldemar. Já comentei que, naquela década, a bebida nacional era o uísque. Fosse hoje todo mundo estranharia, para dizer o mínimo, porque se bebia como aperitivo antes do almoço, no final da tarde e à noite, no lar ou no bar. Ou em ambos.
Como outras casas do ramo, no Waldemar era comum os clientes mais assíduos pagarem a garrafa inteira que era deixava sob a guarda do dono, o Waldemar, no caso. O sujeito ia lá paquerar a mulherada ou só para conversar com amigos nesta modalidade, em vez de pagar por dose. Para ter certeza de que o freguês não desconfiasse, as garrafas tinham os marcadores de doses, em geral 24 ou até mais. A dose internacional é convencionada em 50 onças, ou 18 doses em um litro.
Funcionava assim. O sujeito ia lá e pedia sua garrafa pré-paga – para os mais assíduos, pós-paga – e ao sair marcava um sinal com caneta onde parou de beber. Sempre havia essa coisa de amnésia alcoólica, mas no geral funcionava. Tecnicamente, não tinha erro.
Abro aqui um parêntesis para falar das bolachas de chope: por que no Brasil a cada copo vem uma bolacha em vez de adotar o sistema alemão? Conto amanhã como funciona.