Homenagem a Mário Barbará
O compositor e cantor Mário Barbará, autor de belas composições da genuína música gaúcha, faleceu no dia 1º. Nascido, criado em São Borja (RS), recebeu esta bela homenagem do meu amigo Paulo Motta. Confira. É um primor de texto.
Mário Barbará
Mas quem foi que disse que eu não sei cantar?
Conheci um negrinho e um potrinho baio raio que meu compadre me apresentou, de já hoje, que guardava um saci na compoteira sob a luz dos vagalumes.
Depois, pra não fazer da minha vida uma comédia, uma tragédia ou um filme de terror, atravessei a ponte e a ponte gemeu; quase se borrou o ermãozinho do José.
Sonhei contigo e bebi, sozinho lá, num solitário bar, nem me lembrava mais pois tanto tempo faz.
E assim vamos, desgarrados, virando copos de saudades mas o que foi, nunca mais será.
É a vida em seu galope, me envolvendo, redemoinho, longe da gravata colorada, quando havia muita arma branca e pouca munição.
Meu canto chega de longe, foi guerra e foi pastoreio, mas agora me gusta uma campesina mulher valente, buena companheira, com suas mãos de asas a enfeitar minha cama.
Galopa, lope galopa, cavalo de assombração!
Quem viu, duvida que viu, quem pensa que viu não viu!
Pega teus avios de mate e vá matear com Deus, meu amigo!
Acesse o perfil no Face aqui.